Histologia vegetal – Meristemas e tecidos
Vamos conhecer como e do que as plantas são formadas?
A histologia vegetal é a ciência que estuda os tecidos das plantas.
As plantas possuem tanto células embrionárias, que podem dar origem a qualquer tipo de tecido, quanto células diferenciadas e com funções especializadas dentro de cada tecido.
No início, todas as células do corpo embrionário se dividem, mas com o crescimento e desenvolvimento do vegetal, as divisões celulares vão ficando restritas a determinadas regiões do corpo do vegetal.
Sendo assim, toda planta adulta têm algumas células que permanecem embrionárias, isto é, conservam sua capacidade de divisão e multiplicação. Estes tecidos que permanecem embrionários são chamados de meristemas (do grego meristos = dividir).
Outros tecidos também podem apresentar divisões celulares, como o parênquima e o colênquima, que são tecidos formados de células vivas, possibilitando ao vegetal a regeneração de áreas danificadas.
Todavia, nesses tecidos as divisões produzem células diferenciadas, ou seja, com a mesma função dentro daquele tecido. Além disso, o número de divisões é limitado e restrito a determinadas ocasiões especiais.
Meristemas e origem dos tecidos
Os meristemas caracterizam-se com um tecido de intensa divisão celular, por isso suas células tem tamanho reduzido, parede celular primária, núcleo proeminente e citoplasma denso.
Nos meristemas, algumas células dividem-se de tal modo que, uma das células filhas resultante da divisão cresce e diferencia-se, tornando-se uma nova célula acrescentada no corpo da planta. Elas são denominadas de células derivadas.
A outra célula permanece indiferenciada como uma célula meristemática e essas são chamadas de células iniciais.
Na atividade meristemática, a divisão celular acontece ao mesmo tempo que o crescimento das células resultantes da divisão. Este aumento de volume de células é o maior responsável pelo crescimento em comprimento e largura da planta.
As células que não estão mais se dividindo e que podem ainda estar em crescimento iniciam o processo de diferenciação.
A diferenciação envolve alterações químicas, morfológicas e fisiológicas que transforma células meristemáticas semelhantes entre si, em estruturas diversas.
Assim, podemos definir que o meristema é composto pelas iniciais meristemáticas e suas derivadas recentes, tanto as que ainda não apresentam nenhum sinal de diferenciação, quanto aquelas cujo curso de diferenciação já está parcialmente determinado, mas que ainda apresentam algumas divisões celulares, e o seu crescimento ainda está acontecendo.
Classificação dos meristemas
Posição que os meristemas ocupam no corpo da planta
Meristemas apicais: são aqueles que conduzem o crescimento das extremidades da planta, eles ocupam o ápice da raiz e do caule, bem como de todas as suas ramificações;
Meristemas laterais: são aqueles que as células se dividem periclinalmente (paralelamente à superfície do órgão) e contribuem para o aumento em diâmetro do órgão, acrescentando novas células ou tecidos aos tecidos já existentes.
Origem dos meristemas
Primários: são considerados primários porque estão presentes na planta desde o embrião. A atividade desses meristemas forma os tecidos primários e leva ao crescimento em comprimento dos órgãos, formando o corpo primário ou estrutura primária da planta;
Secundários: se formam a partir de tecidos primários já diferenciados e produzem os tecidos secundários. Neste sentido, o felogênio e o câmbio vascular são considerados meristemas secundários.
Eudicotiledôneas anuais de pequeno porte, bem como a maioria das monocotiledôneas, completam seu ciclo de vida somente com o crescimento primário.
Entretanto, a maioria das dicotiledôneas e das gimnospermas apresenta um crescimento adicional em espessura, principalmente no caule e na raiz, resultante da atividade dos meristemas laterais: o câmbio vascular e o felogênio.
Tecidos meristemáticos primários
Protoderme
Esse é o primeiro tecido que reveste os órgãos da planta logo após o surgimento do embrião. Quando totalmente diferenciado, ele dá origem a epiderme, o tecido de revestimento da planta.
Procâmbio
É o conjunto de células que dará origem aos tecidos vasculares, xilema e floema primários.
Meristema fundamental
Está localizado logo abaixo da protoderme e originará o córtex da planta, se diferenciando em parênquima, colênquima e esclerênquima.
Confira também: Xilema e floema
Tecidos meristemáticos secundários
Câmbio
Dá origem ao xilema e floema secundários, geralmente ocorre nas plantas lenhosas.
Felogênio
Dá origem ao súber e a feloderme que juntos são chamados de periderme.
Tecidos diferenciados
Você pode baixar o mapa mental de Histologia Vegetal em PDF para imprimir e estudar clicando aqui.
Tecidos de revestimento
Epiderme
Tecido de células vivas, justapostas (sem espaços intercelulares), clorofiladas e que revestem todo o corpo da planta para protegê-la e controlar entrada e saída de água e gases.
Periderme
Esse é o tecido de revestimento secundário que substitui a epiderme nas plantas que apresentam crescimento secundário.
Tecidos de condução
Xilema
Tecido constituído de células mortas com paredes impregnadas de lignina, suas principais células são as traqueides e os elementos de vaso. Responsável pelo transporte de seiva inorgânica nas plantas. Pode ser primário e/ou secundário, nas plantas com crescimento secundário.
Floema
Tecido constituído de células vivas, responsáveis pela condução de seiva orgânica pelo corpo da planta. Suas principais células são os elementos de tubo crivado e as células companheiras. Também pode ter crescimento primário e/ou secundário.
Tecidos de preenchimento
Parênquima
Os tecidos parenquimáticos são formados por células vivas e com alto poder de divisões mitóticas para repor células que possivelmente sofram algum dano.
Eles são classificados de acordo com suas reservas:
Parênquima clorofiliano ou clorênquima: tecido com muitos cloroplastos e por isso fotossintetizante, normalmente presente no mesofilo das folhas;
Parênquima aquífero: parênquima que acumula água, presente em plantas de deserto ou regiões muito áridas como a caatinga;
Parênquima aerífero ou aerênquima: é o tecido que acumula ar, presente principalmente nas plantas aquáticas, mas também naquelas que sofrem estresse hídrico e precisam de uma estratégia para garantir oxigênio;
Parênquima amilífero: armazena amido para ser usado conforme as necessidades energéticas da planta.
Tecidos de sustentação
Colênquima
Tecido composto por células vivas e com muitos espessamentos de celulose. Se localiza nas partes mais jovens das plantas e é esse tecido que confere sustentação e flexibilidade aos órgãos vegetais, fazendo com que, por exemplo, eles não se quebrem com o vento.
Esclerênquima
É composto por células mortas com paredes reforçadas de lignina, que confere rigidez e impermeabilidade. Elas dão muita sustentação ao vegetal e estão presentes nas plantas lenhosas.
Veja também:
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.