A história política recente do Irã
A história política recente do Irã é caracterizada por governos influenciados por interesses políticos e religiosos.
O Irã é um país que se localiza no Oriente Médio. Do século 6 a.C. até o início do século XX, era chamado de Pérsia. No período da Antiguidade, a Pérsia era um grande império que abarcava diversas regiões até ser anexada pelo Império Árabe.
A partir de então, o Islamismo foi a religião que mais predominou na região. Contudo, depois da divisão dentro do islamismo entre os sunitas e os xiitas, os iranianos adotaram a versão xiita.
Além disso, mantiveram a língua persa em oposição à língua dos dominadores, o árabe. Optaram pelo xiismo e pela língua persa como forma de resistência.
A história política recente do Irã
A história política recente do Irã é influenciada pela expansão islâmica ocorrida durante a Idade Média. Com isso, a religião possui uma grande importância na vida do povo iraniano.
No início do século XX, o Irã passou a se desejado pelo mundo Ocidental devido a suas reservas petrolíferas. O primeiro país a interferir no país foi o governo britânico. Ele queria preservar a sua exploração nas reservas petrolíferas na região.
No entanto, em 1951, o então primeiro ministro iraniano Mohammad Mossadegh nacionalizou a exploração petrolífera. Em 1953, Mohammad Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, sustentou um governo ditatorial (1941 a 1979) alinhado aos interesses dos países capitalistas.
Com o poder centralizado, ele perseguiu as pessoas contrárias ao seu governo e adotou costumes característicos dos países ocidentais no Irã, como roupas e formas de consumo.
Os adeptos do movimento nacionalista (contrários ao ditador), mantiveram as suas concepções políticas e as praticavam no interior das mesquitas.
Nesse contexto surgiu o aiatolá (líder religioso xiita) Ruhollah Khomeini, sustentando um discurso comprometido com os ideais religiosos e com a nação. A política conservadora liderada pelo líder religioso xiita visando a defesa dos interesses nacionais contra os países estrangeiros foi apoiada por parte da população.
No entanto, ele foi exilado no Iraque a mando do então ditador iraquiano Saddam Hussein, aliado dos EUA na época.
Em 1979, várias revoltas e greves demonstravam a insatisfação social frente ao governo iraniano. Sob o comando do aiatolá Khomeini, a Revolução Iraniana fundou um Estado conservador, teocrático (no qual membros da igreja interferem tanto em assuntos políticos quanto religiosos) e avesso às influências ocidentais.
Nesse contexto, Saddam Hussein encabeçou uma guerra visando o enfraquecimento político dos xiitas e o controle das reservas petrolíferas iranianas.
Contudo, esse conflito não beneficiou nenhum dos lados e a religião seguiu influenciando a política do Irã. No ano de 1997, Mohammad Khatami foi eleito para presidência. Sua vitória representou, inicialmente, uma possibilidade de mudanças que diminuiriam a influência religiosa no país.
Entretanto, as transformações sociais tão almejadas, principalmente por mulheres e estudantes, não foi possível.
As eleições iranianas de 2005 contaram com a vitória do líder ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad. Sua vitória representou a insatisfação da população com o governo Khatami, assim, uma grande evasão do eleitorado permitiu que o conservadorismo vencesse.
No primeiro mandato de Ahmadinejad ocorreu um tencionamento político com os Estados Unidos. Ele demonstrou uma tendência favorável ao desenvolvimento do programa nuclear além de polemizar nas declarações direcionadas aos governos ocidentais e ao de Israel.
Nas eleições de 2009, pleitearam pela vaga de presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad e Mir Hossein Mousavi. O segundo candidato demonstrava tendências liberais.
O processo eleitoral, de acordo com as pesquisas, ocorreu de maneira acirrada entre os candidatos. Contudo, a vitória de Ahmadinejad se deu de forma esmagadora, vencendo com mais de 60% dos votos.
Tal discordância entre as pesquisas e o que aconteceu na realidade, apontam uma possível ilegalidade no processo eleitoral iraniano que foi denunciado e alvo de diversos protestos.
No entanto, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, reconheceu a vitória de Mahmoud Ahmadinejad que ocupou o cargo de presidente do Irã até o ano de 2013.
Já as eleições de 2013 contaram com a vitória de Hassan Rohani, considerado um político moderado. Ele enfrentou diversos oponentes políticos conservadores nas eleições de 2013. Foi o sétimo presidente eleito do Irã.
Hassan Rohani prometeu uma política externa amena e uma carta de direitos civis para o Irã. Ele venceu no primeiro turno com mais de 50% de votos e, no ano de 2017, foi reeleito presidente do país com cerca de 57% dos votos contabilizados.
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