Apesar de ser considerado um alimento ultraprocessado, o pão não é de todo ruim; entenda
Apesar de parecer contraditória, essa informação faz todo sentido. Leia mais e entenda!
Um dos primeiros alimentos criados pela humanidade, o pão tem sido consumido há séculos pela maioria dos povos e civilizações ao longo das eras. No entanto, o pão moderno é muito diferente do pão fabricado no passado.
Na forma fatiada, o pão geralmente contém uma quantidade maior de ingredientes em comparação com o tipo que nossos antepassados consumiam, sendo, por isso, classificado como um alimento ultraprocessado.
Contudo, o termo “ultraprocessado” não indica que seja prejudicial para nossa saúde. Isso porque existem várias definições que caracterizam um alimento ultraprocessado atualmente.
Dentre essas classificações, está a classificação Nova, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo, no Brasil. Dividida em quatro grupos, essa classificação é uma das mais utilizadas hoje em dia. Entenda mais sobre o assunto!
As categorias da classificação Nova
O primeiro grupo inclui alimentos não refinados ou minimamente processados, como vegetais e carnes sem aditivos. O segundo grupo abrange ingredientes culinários que vêm de fontes naturais, mas foram moídos ou processados para facilitar o preparo ou torná-los comestíveis, como é o caso da farinha de trigo.
O terceiro grupo engloba os alimentos processados, que são produzidos ao combinar ingredientes, incluindo gorduras, açúcar e sal. Exemplos desses alimentos incluem pães caseiros ou de padaria.
Por fim, no grupo quatro, temos os alimentos ultraprocessados, que são industrialmente feitos em fábricas e que contêm ingredientes que geralmente não são utilizados em casa, como emulsificantes e aditivos.
Como a maioria dos pães fatiados é produzida utilizando o processo Chorleywood, tecnicamente eles se enquadram na categoria de alimentos ultraprocessados. O processo Chorleywood foi desenvolvido na década de 1960 para permitir a produção de pão em larga escala de forma mais rápida.
Esse processo envolve o uso de uma mistura mais rápida e maior quantidade de fermento, juntamente com a adição de gorduras sólidas, emulsificantes e ácido ascórbico (vitamina C).
Embora o processo de produção de pão em escala industrial tenha permitido um produto mais acessível, surgem preocupações crescentes sobre sua qualidade nutricional.
Essas preocupações são impulsionadas especialmente por diversas evidências que sugerem uma relação entre esses alimentos e problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.
Em contrapartida, pesquisadores ainda não têm tanta certeza assim de que a ingestão de alimentos ultraprocessados seja diretamente responsável por essas condições de saúde, nem se ingredientes específicos nesses alimentos são os culpados.
O que é a tal classificação Nova?
Para explicar esses questionamentos, existem no meio científico controvérsias a respeito da classificação Nova, que assumem definições muito “simplistas” para certos tipos de alimentos – o pão é um deles.
Os pães de supermercado contêm emulsificantes, que foram associados a problemas de saúde, incluindo o possível aumento do risco de certos tipos de câncer.
Apesar disso, é importante destacar que, normalmente, os emulsificantes usados não são como ácidos graxos mono ou diglicerídeos, os quais não foram associados a doenças.
Além disso, é sabido que, durante os longos processos de fermentação usados na panificação tradicional, compostos similares a esses emulsificantes são naturalmente produzidos por leveduras e bactérias.
Esses emulsificantes são usados para melhorar a textura do pão e, juntamente com gorduras sólidas (como o óleo), ajudam a prolongar sua vida útil.
Talvez um dos componentes presentes na fabricação dos pães que seja mais prejudicial seja o teor de sal, que é basicamente usado para controlar o crescimento e conferir uma textura uniforme ao pão.
Contudo, a quantidade adicionada desse elemento pode variar consideravelmente entre as marcas, com níveis que variam de uma colher de chá a quatro colheres de chá por pão (o recomendado é um teor de sal inferior a 0,7 g por 100 g (ou 0,3 g de sódio por 100 g).
O açúcar, que muitas vezes também é associado a problemáticas de saúde, não é introduzido no pão em escalas preocupantes segundo o estudo.
Demais considerações sobre o pão ultraprocessado
É provável que o modo como o pão ultraprocessado é produzido não seja um problema tão significativo para nossa saúde como muitos acreditam.
No entanto, é importante destacar que alguns pães podem ter altos níveis de sal, o que pode ser preocupante. Mesmo pães integrais ou com multigrãos, também devem ser levados em consideração ao identificar excessos nas informações nutricionais.
Pães feitos em produções menores, como supermercados, tendem a seguir linhas caseiras, embora sejam desconhecidas as reais informações nutricionais, como o fermento usado na fabricação.
A falta de uma definição legalmente reconhecida para pão de massa é um problema, pois em alguns países pode conter apenas farinha, água e sal, enquanto em outros podem conter fermento e outros aditivos. Portanto, se você está procurando um pão de fermentação natural autêntico, verifique se ele contém apenas farinha, água e sal.
De qualquer forma, dica aos amantes de pães: ao tomar decisões alimentares, leve em consideração não apenas o tipo de pão, mas também os acompanhamentos e os recheios para garantir uma dieta equilibrada e saudável.
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