Coluna Prestes – Resumo, o que foi, causas e consequências
Veja todos os detalhes sobre um dos movimentos políticos brasileiros mais importantes do século XX.
Também conhecida como Coluna Miguel Costa Prestes, este movimento de cunho militar está inserido no contexto do tenentismo, e aconteceu no Brasil entre os anos de 1925 e 1927.
Em meio as principais características da Coluna Prestes está a contraposição à República Velha, defendendo principalmente questões reformistas, tanto políticas, quanto sociais e educacionais.
O que foi a Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um movimento de caráter político, em oposição ao sistema de governo vigente, eclodido no início do século XX, durante o período que ficou conhecido como República Velha. Ele foi liderado por militares, na sua maioria capitães e tenentes. Um dos principais, foi o capitão Luís Carlos Prestes, de onde vem o nome.
Objetivos da Colunas Prestes
Sem dúvidas, as principais pautas defendidas pela Coluna Prestes demonstravam profundos desejos em relação a amplas reformas no Brasil. Naquele momento, nos últimos anos da República Velha, a população brasileira passava por diversos abusos, como os claros exemplos do Coronelismo.
Sendo assim, entre os principais pontos defendidos pelo movimento, podemos citar a reforma política, com o intuito de dar fim às fraudes recorrentes nas eleições, além do estabelecimento de uma democracia e a instituição do voto secreto, para dar fim a prática que ficou conhecida como “voto de cabresto”, justamente por ser aberto.
Outro ponto importante a ser ressaltado, eram as reivindicações pelas reformas educacionais, em um contexto com altos índices de analfabetismo, elas visavam o amplo acesso ao ensino fundamental público.
A desigualdade social e a miséria do povo também eram explícitas, então, havia ainda anseios por uma reforma social. A liberdade dos meios de comunicação também foi colocada em pauta.
Além do mais, pelo caráter tenentista, havia as reivindicações dos militares, que naquele momento sofriam sérios descasos por parte do governo brasileiro, como falta de estrutura física e atraso no pagamento dos salários.
Eles desejavam a destituição de Artur Bernardes, e o fim do sistema de governo onde as oligarquias formadas pela elite agrária dominava todos os espaços políticos. Para isso, desejavam despertar a consciência a respeito desses acontecimentos nas pessoas, de forma que acontecesse um levante popular.
Como foi a Coluna Prestes
Em 1924, com o fracasso da Revolta Paulista, muitos de seus líderes fugiram para a região sul do país. Lá, tornaram-se aliados das tropas lideradas por Luís Carlos Prestes. Juntos, paulistas e gaúchos decidiram seguir em marcha pelo interior do Brasil, com o objetivo de provocar um levante popular contra o governo.
A Coluna Prestes teve início na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, com cerca de 1.500 integrantes, sendo que a maioria deles eram militares. Apesar disso, mulheres e civis também participaram do movimento.
Percorrem, a pé ou a cavalo, aproximadamente 25 mil quilômetros, passando por onze estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco e por fim, o Rio Grande do Norte).
Em cada local que passavam, faziam comícios que tinham como finalidade alertar a população sobre os problemas que o país estava passando. Mostravam ao povo quais eram os pontos críticos e como suas propostas e ideias podiam ajudar a mudar a realidade. Assim, por onde passavam arrebatavam grande apoio popular.
Essa conscientização, assim como o apoio recebido, não agradou aos coronéis, que em alguns lugares, eram as autoridades máximas. Ainda assim, nenhum conflito grave foi registrado.
Fim da Coluna Prestes
Em 1927, após dois anos e meio do início do movimento, a Coluna Prestes chegou ao fim sem alcançar seus objetivos. Durante todo o período, por se tratar de uma questão de caráter ideológico, não foi registrado nenhum conflito sangrento, como em outros momentos houve no Brasil.
Mesmo assim, os participantes da Coluna Prestes de tiveram que ter uma ampla resistência. Isso porque além das ameaças e constantes perseguições das tropas do governo, havia ainda a contraposição por por parte dos coronéis por onde eles passavam. Temendo perder seus postos de poder, estes, também repreenderam duramente o movimento.
Depois de percorrer onze estados brasileiros, já enfraquecida, a marcha chegou ao fim. A maioria de seus líderes se exilaram em países vizinhos, principalmente os da América Latina.
Luís Carlos Prestes, que por conta do movimento, ficou conhecido como “cavaleiro da esperança”, foi para a Bolívia, e pouco tempo depois, em 1928, seguiu para a Argentina, onde foi estudar o comunismo, que sob sua ótica, naquele momento, era solução ideal para o Brasil.
Em 1931 ele foi para a União Soviética, onde ficou até 1934, quando regressou ao Brasil de forma clandestina.
Apesar de não ter alcançado seus objetivos, a Coluna Prestes foi uma peça muito importante para o enfraquecimento da República Velha, e consequentemente o fim das oligarquias. Cerca de três anos depois do seu fim, aconteceu a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
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