Comer fora de casa ficou 70% mais caro e VR já não chega ao fim do mês, diz pesquisa

Nos últimos dez anos, fazer refeições fora de casa se tornou uma opção cada vez mais cara para os brasileiros, causando grandes transtornos para os trabalhadores que passam o dia longe de suas residências.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Ticket, famosa marca de vale-refeição e alimentação da Edenred Brasil, o valor médio pago pelo trabalhador para almoçar aumentou em média 70% nesse período.

Essa tendência é preocupante, pois impacta diretamente o bolso do trabalhador, que passa a comprometer uma parte significativa da renda mensal com alimentação, deixando de lado outras despesas importantes.

O impacto no bolso do trabalhador

Segundo a pesquisa realizada pela Ticket, o preço médio da refeição completa, incluindo prato principal, sobremesa, bebida e café, vendida nos restaurantes brasileiros é de R$ 46,60.

Esse valor representa um aumento de 70% em relação aos R$ 27,36 cobrados em 2014. Essa tendência de aumento afeta todas as regiões do país, porém, o Sudeste se destaca com o maior aumento, seguido pela Região Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Ainda de acordo com a pesquisa, enquanto a inflação acumulada nos últimos dez anos foi de 68,2%, o aumento médio do preço da refeição no Centro-Oeste foi de 60,0%, no Sudeste foi de 77,7% e na Região Sul foi de 66,5%.

Com o aumento dos preços das refeições fora de casa, o vale-refeição se tornou um benefício essencial para muitos trabalhadores. No entanto, segundo a Ticket, o saldo médio do vale-refeição dura cerca de 12 dos 22 dias úteis do mês.

Isso significa que o trabalhador precisa complementar o valor com recursos próprios ou diminuir sua frequência de refeições fora. Considerando o valor médio da refeição completa de R$ 46,60, o valor ideal do benefício para garantir uma alimentação adequada durante todo o mês seria de R$ 1.025,20.

No entanto, a renda média mensal dos brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de R$ 2.921. Assim, fazer uma refeição completa diariamente representaria um consumo de 35% da renda.

O vale-refeição ideal por região

A pesquisa da Ticket também aponta o valor ideal do vale-refeição para cada região do Brasil, considerando dois cenários: uma refeição completa e uma refeição mínima, composta por prato comercial e bebida.

No primeiro cenário, o valor ideal do vale-refeição na Região Sudeste é de R$ 1.085,26, seguido pelo Nordeste com R$ 958,10 e pelo Sul com R$ 941,82. Já o Centro-Oeste apresenta o menor valor ideal, apenas R$ 918,50.

No segundo cenário, considerando uma refeição mínima, o valor ideal para o vale-refeição seria menor na Região Centro-Oeste, de R$ 559,46. Nordeste e Sudeste são as regiões com o valor de benefício sugerido mais alto, de R$ 665,06 e R$ 663,08, respectivamente.