Conheça uma IA de "leitura emocional" que auxilia pessoas com autismo
A ferramenta, desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Oeste da Escócia (UWS), pode melhorar a qualidade de vida de autistas.
Acadêmicos da Universidade do Oeste da Escócia (UWS) desenvolveram uma ferramenta capaz de fazer o reconhecimento de emoções com inteligência artificial (IA) que pode auxiliar pessoas com condições neurodiversas, incluindo autismo.
Tradicionalmente, o reconhecimento de emoções tem sido uma área desafiadora e complexa para as pesquisas envolvidas em psiquiatria, neurologia e psicanálise.
No entanto, aproveitando os avanços recentes no processamento de visão, audição e dispositivos acessíveis, como sensores de eletroencefalograma (EEG) e eletrocardiograma (ECG), os pesquisadores da UWS colaboraram para criar uma Inteligência Artificial capaz de interpretar sinais relacionados à emoção a partir da análise cerebral e facial.
Uma máquina que “lê emoções”
As camadas de emoções sempre foram um campo nebuloso na neurociência, por serem amplas e diversas. No entanto, a tecnologia e as pesquisas recentes estão aprimorando cada vez mais as maneiras de se compreender o funcionamento dos sinais cerebrais que conduzem às emoções.
O professor Naeem Ramzan, diretor do Centro de Pesquisa de Computação Afetiva e Humana para Ambientes SMART da UWS, explicou:
“As emoções são aspectos fundamentais da experiência humana e compreender os sinais que desencadeiam diferentes emoções pode ter um impacto profundo em várias áreas de nossas vidas. Nosso estudo recente resultou na criação de dados abrangentes que podem ser combinados com tecnologia vestível, utilizando múltiplos sensores e Inteligência Artificial, para fornecer uma ferramenta vital de reconhecimento de emoções.”
O sistema utiliza um banco de dados multimodal desenvolvido pelos mesmos pesquisadores da UWS, que consiste em sinais registrados durante um estudo com estímulos audiovisuais.
Os participantes do estudo registraram e avaliaram suas reações emocionais a cada estímulo, considerando comportamento, estimulação e domínio.
Esses sinais foram capturados por uma câmera e um dispositivo vestível sem fio, com potencial para permitir o uso de computação afetiva em aplicações do dia a dia.
Esse avanço pode oferecer uma nova ferramenta para médicos, terapeutas e cuidadores entenderem melhor os estados emocionais de indivíduos com diferentes condições neurodiversas, melhorando as avaliações de saúde mental e permitindo intervenções precoces para desafios emocionais.
Além disso, abre caminho para o desenvolvimento de tecnologias como a realidade aumentada, a realidade virtual e a robótica, projetadas especialmente para auxiliar as pessoas a compreenderem e a expressarem emoções.
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