Consequências das Bandeiras
Com o objetivo de buscar ouro e pedras preciosas, essas expedições penetraram no interior do país durante o século XVII. Algumas bandeiras também se dedicavam à caça de indígenas, com o intuito de vendê-los como escravos.
As bandeiras eram expedições organizadas por particulares, conhecidos como bandeirantes, durante o século XVII. Armados e com grande número de pessoas no apoio, os bandeirantes partiram de regiões litorâneas da região sudeste do Brasil, principalmente de São Paulo.
Essas expedições penetraram no interior do Brasil em busca de ouro e pedras preciosas. Algumas bandeiras também se dedicaram à caça de indígenas, com o objetivo de vendê-los como escravos e obter lucros.
No bandeirantismo apresador, os participantes da expedição tinham como alvo o aprisionamento e a venda de índios e escravos. Esse tipo de atividade além de gerar bons lucros, atraia a atenção dos bandeirantes às proximidades das reduções jesuíticas (aldeamentos indígenas organizados e administrados pelos padres jesuítas).
Essas comunidades religiosas abrigavam um grande número de nativos a serem convertidos a condição de escravos. Como resultado dessa ação, a Igreja entrou em conflito com os praticantes desse tipo de bandeirantismo.
Tipos de Bandeiras
Em constante direcionamento ao interior da América do Sul, o bandeirismo surgiu de um caráter exclusivamente econômico, sendo apoiado pela coroa e seus intermediários, até mesmo pela região como forma de investimento.
O bandeirismo é constituído de três principais tipos:
- Bandeira de Apresentamento – onde o objetivo eram as capturas dos índios, assim, usando-os como escravos.
- Bandeiras de Prospecção – seus interesses eram pelas buscas de minérios preciosos ou rentáveis, como minas de ouro, cobre, prata e pedras preciosas.
- Bandeiras de Contrato – o objetivo desse tipo de bandeira era recapturar escravos fugitivos e destruir quilombos.
Principais Bandeirantes
Após saber quais foram os principais tipos de bandeiras, saiba quais foram os principais bandeirantes.
- Antonio Raposo Tavares;
- Bartolomeu Bueno da Silva;
- Fernão Dias Paes;
- Manuel Borba Gato;
- Pascoal Moreira Cabral Leme;
- Matias Cardoso de Almeida.
Consequências das Bandeiras
O bandeirismo de apresamento teve sua fase áurea entre 1628 e 1638, com a destruição sucessiva das missões do Guairá, Tape e Uruguai. Sem meios de recuperar o terreno perdido, os padres recuaram para as missões situadas entre os rios Uruguai e Paraná, em 1641.
Enquanto durou a União Ibérica, as missões jesuíticas constituíram um corpo estranho à exploração mercantil do continente pelos súditos da Espanha, fossem eles de origem portuguesa ou espanhola.
A partir de 1640, entretanto, os bandeirantes tornaram-se a ponta de lança da expansão portuguesa na América, sendo assim os missionários e seus convertidos se tornaram a primeira linha de defesa da América espanhola.
Foi por esse motivo que a Espanha concordou em distribuir armas aos índios convertidos, atendendo uma reivindicação apresentada pela Companhia de Jesus desde os primeiros ataques dos bandeirantes.
A “caça ao índio” deixou de ser um negócio sem riscos, o que veio a retirar desta atividade boa parte de seus atrativos. Todavia, na região do Itatim, os combates continuaram até 1647, quando Antônio Raposo Tavares destruiu definitivamente aquela província.
Para isso, ele teve a cumplicidade das autoridades de Assunção que defendiam os interesses dos encomendeiros, exploradores do trabalho forçado dos indígenas.
Em resumo, as consequências das Bandeiras foram:
- Crescimento do território brasileiro. Os bandeirantes, ao penetrar no interior das terras brasileiras, expandiram as fronteiras e foram além do Tratado de Tordesilhas;
- Escravatura indígena e jesuíta. Mas, posteriormente, houve a proibição dessas atividades;
- Surgiram pequenas vilas e povoados. Estas originaram o que conhecemos hoje como cidades;
- Maior conhecimento sobre as riquezas existentes no Brasil, como fauna e flora. Além da descoberta de minas e metais preciosos;
- A descoberta dessas riquezas proporcionou o Ciclo de Ouro, nova fase econômica do Brasil que se desenvolveu principalmente no século XVIII.
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