Saiba o que foram as Cruzadas Medievais e seu contexto histórico
A história das Cruzadas Medievais, como começou, como foram os conflitos, a influência exercida pela Igreja Católica, o contexto social e econômico.
O período da Idade Média foi marcado pela forte influência da Igreja Católica sobre a vida, política e economia de toda a sociedade. Uma das ações que exemplifica o poder de ação dos eclesiásticos foram as Cruzadas Medievais.
O movimento foi estimulado pelo papa Urbano II para frear a expansão dos turcos pela Terra Santa. O líder da Igreja, então, convocou o exército composto pelos nobres para que se encaminhasse à região e recuperasse sua posse.
O que foram as Cruzadas Medievais?
A Terra Santa foi parte do Império Romano até os séculos VII e VIII, frente às conquistas islâmicas. Até 10701, os cristão tinham permissão de promover peregrinações cristãs pela região. Porém, tudo findou com a derrota bizantina na batalha de Manzikert para os seljúcidas.
São chamadas de Cruzadas as tropas enviadas à Palestina com o objetivo de recuperar o acesso dos cristão à Jerusalém. O início dos conflitos deu-se após o domínio da região, considerada sagrada para os cristãos, pelos turcos seljúcidas.
A partir daí, a peregrinação dos europeus foi impedida pelos turcos que capturavam e matavam aqueles que atravessavam a região movidos pela fé. Os conflitos pela Terra Santa se estenderam entre os séculos XI e XIV.
No fundo, a ideia da Igreja Católica era recuperar sua influência, a partir do momento em que o islamismo a limitou à Europa e Anatólia. Outro ponto é que o próprio termo Cruzadas não era utilizado na época dos conflitos. O cerne do movimento era a retomada da Terra Santa, razão pelo qual era chamado de Guerra Santa.
Como as Cruzadas foram organizadas?
Perante o domínio dos seljúcidas, o imperador bizantino Aleixo I Commeno solicitou ajuda ao Papa Urbano II no Concílio de Piacenza, em 1095. O líder católico, então organizou um segundo Concílio, o Concílio de Clermont, recrutando homens para a expedição.
Oficialmente, o exército seria formado pelos cavaleiros selecionados entre os membros da nobreza. Mas, antes da saída da Primeira Cruzada, camponeses e cavaleiros de baixa estirpe foram atraídos pela promessa de reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja. Formaram, então, seu próprio exército e saíram na chamada Cruzada dos Mendigos.
A falta de organização e o baixo poder de armamento fez com que esse levante perdesse a batalha e os poucos sobreviventes voltassem para casa. Com o fim da Primeira Cruzada, a Ordem dos Cavaleiros Templários foi criada.
A organização teve função preponderante nos próximos combates. Vale lembrar que, após a derrota da primeira cruzada, um exército francês comandado por Godofredo de Bulhão entrou na luta pela causa rumo ao oriente.
Uniformizados com o emblema da cruz, estes homens massacraram os turcos e conseguiram tomar Jerusalém, recuperando o acesso pelos peregrinos. Outros confrontos tomaram forma, prejudicando as relações entre ocidente e oriente.
O relacionamento entre as porções continentais foi se tornando desgastada frente à ambição dos cruzados e a violência dos conflitos. O clero católico acabou perdendo o controle da situação e somente a Sexta Cruzada (1228-1229) ocorreu de forma pacífica.
A questão é que, ao longo de dois séculos, inclusive crianças fizeram parte dos conflitos. Grandes reis, como Ricardo Coração de Leão e Luís IX juntaram-se aos seus exércitos em lutas que, no final, não foram tão bem sucedidas.
Quais foram as cruzadas medievais?
Ao todo, foram 15 expedições empreendidas pelo ocidente rumo à Terra Santa. Entre todas as edições, aconteceram cruzadas no sul da Espanha e Itália, além de campanhas de cavaleiros teutônicos contra fortalezas pagãs. Em suma, a relação das cruzadas é:
- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096) – não oficial
- Primeira Cruzada (1096 -1099)
- Cruzada de 1101
- Segunda Cruzada (1147 – 1149)
- Terceira Cruzada (1189 – 1192)
- Quarta Cruzada (1202 – 1204)
- Cruzada Albigense (1209 – 1244)
- Cruzada das Crianças (1212)
- Quinta Cruzada (1217 – 1221)
- Sexta Cruzada (1228 – 1229)
- Sétima Cruzada (1248 – 1250)
- Cruzada dos Pastores (1251 – 1320)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271 – 1272)
- Cruzadas do Norte (1193 – 1316)
Consequências das Cruzadas
A principal consequência das Cruzadas foi o endurecimento das relações entre cristão e muçulmanos na Idade Média. Apesar do fim dos conflitos, a hostilidade e as tensões dos dois povos permaneceram.
Por outro lado, o comércio europeu foi, intensamente, impulsionado pelas Cruzadas. Porém, suas bases estavam sobre o saque de cidades pelos cavaleiros que montavam feiras pelas rotas comerciais no retorno do Oriente.
Estes mesmos cavaleiros, também, trouxeram conhecimentos adquiridos no Oriente, especialmente sob a influência dos sarracenos, árabes que habitavam a Península Ibérica. Ainda sob o ponto de vista cultural, as cruzadas desenvolveram novo tipo de literatura.
As obras tratavam dos relatos e feitos heróicos dos cavaleiros, retratando as guerras empreendidas pela cavalaria. Entre outras consequências das Cruzadas, estão o fortalecimento do poder real e o enfraquecimento da aristocracia feudal.
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