Cultura de massa
Cultura de massa é um termo usado por Adorno e Horkheimer ao se referir aos bens culturais produzidos em série e com o intuito de consumo e lucro.
Em síntese, a cultura de massa é o processo de mercantilização da cultura. Tecnicamente falando, indústria cultural e cultura de massa representariam a mesma coisa para a história.
O que isso quer dizer? Cultura de massa, ou indústria cultural, seria tudo aquilo que é produzido com o intuito de atingir a massa popular, sendo disseminado pelos veículos de comunicação de massa.
Cultura erudita, popular e de massa
Entre os meios de comunicação de massa estão a televisão, o cinema e o rádio, que tiveram destaque ao homogeneizar os padrões de cultura. Antes, esses padrões eram divididos em cultura erudita e cultura popular.
A cultura erudita seria aquela atribuída às classes pensantes e a uma porção minoritária da sociedade, detentora do conhecimento, com as músicas clássicas e leituras, por exemplo. Já a cultura popular significaria a que segue uma tradição, perpassando de geração em geração, e sendo pertencente às classes populares.
Ao passo que há o advento do capitalismo e tudo passa a ser produzido em série, com o objetivo do lucro e do capital, tudo passa a ser cultura de massa, todos os produtos culturais agrupados nas relações comerciais.
Origem da cultura de massa
O termo cultura de massa teve origem no século XIX, referindo-se inicialmente à educação e a cultura das classes mais baixas.
No entanto, com o desenvolvimento tecnológico e as mudanças nas formas de produção e consumo de cultura, bem como o nascimento e disseminação dos meios de comunicação de massa, passaram a ser usados termos como cultura de massa e indústria cultural.
Após a Segunda Guerra Mundial, as nomenclaturas ganharam força na academia. Na Escola de Frankfurt, os críticos alemães, Theodor Adorno e Max Horkheimer, realizaram estudos que versaram sobre essa produção cultural destinada às massas.
Características da cultura de massa
A cultura de massa possui características que permitem distingui-la. Entre elas, estão:
- ampliação do acesso aos bens culturais;
- homogeneização da população (vestuários, gostos e formas de ser);
- o consumo e o lucro como objetivos centrais;
- a produção se dá em larga escala;
- os meios de comunicação de massa são parte responsável pela padronização cultural;
- as produções visam dar prazer, diversão e lazer, promovendo uma certa alienação dos indivíduos;
- expansão das tecnologias de informação, comunicação e de transporte.
A Obra de Arte da Era da Reprodutibilidade Técnica
A máquina de copiar é um dos produtos pertencentes à cultura de massas, onde tudo é passível de reprodução e repetição. O livro A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamin, levanta a discussão acerca dessa nova concepção de arte.
Para o autor, com a reprodução se perde a autenticidade, a unicidade e o valor do culto às obras. Confira o trecho:
“O que faz com que uma coisa seja autêntica é tudo o que ela contém de originariamente transmissível, desde sua duração material até seu poder de testemunho histórico. Como esse testemunho repousa sobre essa duração, no caso da reprodução, em que o primeiro elemento escapa aos homens, o segundo — o testemunho histórico da coisa — encontra-se igualmente abalado. Não em dose maior, por certo, mas o que é assim abalado é a própria autoria da coisa”.
Porém, em uma perspectiva diferente e menos crítica que os teóricos Adorno e Horkheimer, Benjamin acreditava que a cultura de massa possibilitava um acesso maior aos bens culturais por parte das classes menos privilegiadas.
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