Descobrindo segredos: o estudo dos cérebros antigos preservados por 12 mil anos

A pesquisa traz informações relevantes sobre o funcionamento do corpo humano e as funções cerebrais como um todo.

Na quarta-feira (20), foram divulgados os resultados de um estudo minucioso feito por pesquisadores da Universidade de Oxford sobre um total de 4 mil cérebros humanos perfeitamente preservados. A maioria resistiu aos últimos 12 mil anos perfeitamente.

No estudo, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, os cientistas analisaram os fatores que possibilitaram tal preservação, considerada totalmente excepcional.

(Imagem: Alexandra L. Morton-Hayward/Universidade de Oxford)

Esses cérebros pertenciam a indivíduos nobres e não nobres de várias regiões do mundo. Enquanto o restante dos corpos dessas pessoas se decompôs normalmente, os cérebros foram preservados.

Para os pesquisadores, essa preservação é resultado da junção de reações químico-físicas, como reticulação molecular e complexação metálica, que ajudaram a manter os tecidos cerebrais bem firmes.

O estudo

A taxonomista molecular Alexandra Morton-Hayward, principal autora do estudo, confirma que entender com clareza as circunstâncias que podem gerar tal preservação em cérebros foi o alvo deste estudo e será o alvo de outros a serem feitos no futuro.

“No campo forense, é bem sabido que o cérebro é um dos primeiros órgãos a se decompor após a morte, mas este enorme arquivo demonstra claramente que existem certas circunstâncias em que ele sobrevive. Se essas circunstâncias são ambientais ou relacionadas à bioquímica única do cérebro, é o foco do nosso trabalho atual e futuro”, destacou.

Ela continua dizendo que a preservação desses cérebros pode dizer muito sobre o modo de vida de nossos antepassados e sobre o funcionamento do organismo humano em geral.

“Estamos encontrando números e tipos surpreendentes de biomoléculas antigas preservadas nesses cérebros arqueológicos, e é emocionante explorar tudo o que elas podem nos dizer sobre a vida e a morte em nossos ancestrais”, comemora.

(Imagem: Alexandra L. Morton-Hayward/Universidade de Oxford)

Por terem sido encontrados em diferentes regiões do mundo, esses cérebros preservados foram expostos a diferentes climas e conjunturas químicas.

Como exemplo, alguns desses órgãos passaram por desidratação, congelamento, curtimento intencional e até saponificação, que é a transformação natural de gordura em cera.

* Com informações da CNN Brasil e do Aventuras na História

você pode gostar também

Comentários estão fechados.