"Epidemia da solidão" explica os sentimentos de tristeza e isolamento nas pessoas

O Brasil entrou no ranking de país com pessoas mais solitárias do mundo em pesquisa. No entanto, a solidão já é uma preocupação mundial e considerada como uma epidemia da vida moderna.

Os altos índices de pessoas se sentindo solitárias no Brasil e ao redor do mundo já criaram o que as pesquisas chamam de “epidemia da solidão“. O fenômeno ameaça a saúde pública e coloca em evidência um sério problema social que se agravou com a pandemia de covid-19.

Só no Brasil, 50% das pessoas se sentem solitárias e 52% afirmam que o sentimento aumentou nos últimos meses. Os dados são do levantamento Perceptions of the Impact of Covid-19, feito pela Ipsos em 28 países.

Na mesma pesquisa, o Brasil foi o país que ficou em primeiro lugar em relação às pessoas que mais se sentem solitárias. A análise coloca em discussão a realidade brasileira e os impactos da pandemia para as interações sociais e o bem-estar dos brasileiros.

Além disso, aponta para as consequências da solidão na vida das pessoas, já que ela pode desenvolver transtornos como: ansiedade, depressão, crises de pânico e sentimento de isolamento. Da mesma forma, aumenta o risco de AVC, ataques cardíacos e excessos de álcool e cigarros.

Os dados preocupantes sobre a solidão no mundo

Apesar de os dados da pesquisa apresentarem números sobre a pandemia, o sentimento de solidão já estava presente na sociedade antes disso.

Em 2018, o Reino Unido criou o “ministério da solidão” para conseguir compreender como a população do país estava convivendo com as questões de saúde mental.

O estudo minucioso gerou análises claras, constatando que 9 milhões de pessoas se sentiam sozinhos sempre ou frequentemente no país.

Segundo a revista Galileu, a mesma pesquisa apontou que 200 mil idosos afirmaram que não conversavam com um parente ou amigo há, pelo menos, 30 dias ou mais.

Para a primeira-ministra do país na época, Theresa May, essa era “uma triste realidade da vida moderna”. Os reflexos da solidão não aparecem apenas em grupos sociais específicos, como os idosos.

Nos Estados Unidos, em pesquisa da Universidade de Columbia, 61% do público com mais de 18 anos afirmou que se sente solitário.

Solidão que virou patologia?

Logo, pessoas solitárias são uma questão política e social, já que milhares de pessoas de diferentes realidades estão apresentando aspectos emocionais preocupantes.

Os estudos sobre a solidão se intensificaram nos anos de 1970 e em 1984, os pesquisadores Álvaro Tamayo e Ângela Pinheiro publicaram, na Revista de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, os principais aspectos da solidão, que são:

  • Falta de objetivo e significado de vida;
  • Reação emocional;
  • Sentimento indesejado e desagradável;
  • Sentimento de isolamento e separação;
  • Deficiência nos relacionamentos e carência de intimidade.

Assim, desde a época da publicação até hoje, a solidão continua presente na sociedade e, atualmente, é considerada uma patologia. Ela apresenta consequências graves para o convívio social, demonstrando impactos nas relações afetivas, no trabalho, nas redes sociais e contribuindo cada vez mais para o isolamento das pessoas.

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