Está mais difícil conseguir professores para atuar na rede pública

Os dados apontam que grande parte dos profissionais que finalizaram recentemente uma licenciatura já não demonstram a mesma vontade de atuar como professores.

Um fato que tem chamado a atenção é que muitas das pessoas que são recém-formadas em cursos relacionados de licenciatura já não têm mais aquela vontade de ir para as escolas como antes, pois elas sabem que a chance de trabalharem exaustivamente e ganharem muito menos do que o justo é extremamente alta.

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Leila, uma aluna da rede pública de São Paulo, até deu um relato recente de que acabou ficando sem professor de matemática por cerca de 1 ano e 4 meses. Vale destacar que ela não foi a única que passou por isso, pois já recebemos muitos relatos de vários estudantes que passaram por situações muito semelhantes.

Alguns estiverem em um contexto quase idêntico durante um mês, outros por cerca de dois meses. Também soubemos de ocasiões em que os alunos ficaram sem professores de alguma disciplina específica por quase todo o ensino médio.

Esse é um problema que tem causado pânico, especialmente quando se trata do aprendizado. No caso da jovem mencionada, ela acabou perdendo totalmente a confiança e optou por não se inscrever nos vestibulares deste ano, pois acredita não estar preparada para competir com os demais.

As pessoas acreditaram por muito tempo que os problemas resumiam-se às lacunas que surgiam quando algum docente se aposentava ou acabava pedindo licença por qualquer que seja o motivo, pois precisa se afastar. Alguns nem mesmo comparecem às aulas regularmente, especialmente no início de cada ano. A gestão escolar acaba encontrando muita dificuldade quando se torna necessário cobrir os horários com algum outro profissional.

Adoecimento do docente

O que notamos é que as principais razões pelas quais o profissional licenciado não mais deseja comparecer ao trabalho ou sequer tenta ingressar na carreira docente fazem parte do que chamamos de adoecimento do professor, algo muito diagnosticado nas escolas públicas do Brasil.

A grande desvalorização que os trabalhadores acabam sofrendo, onde não contam sequer com um plano nacional de carreira que esteja de acordo com o que se mostra necessário, é o principal fator para essa desmotivação em massa de atuação. Os baixos salários e desrespeito que cresce junto à violência no âmbito escolar também pesam muito.

Outro ponto que acabou prejudicando ainda mais os professores foi a pandemia, pois o período em questão apenas tornou cada vez mais nítida a diferença entre ser uma professora – que normalmente também precisa conciliar a sua atuação com as funções domésticas – e ser um professor, que muitas vezes vezes tem um amparo em casa.

E você, o que acha das situações apresentadas? Qual é a sua opinião sobre o tema?

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