Estudo revela que a parentalidade gentil pode ser exaustiva para pais
Se você se considera um pai gentil, tanto você quanto seus filhos podem estar precisando de um descanso.
A transformação nas práticas parentais tem sido um tema de crescente interesse, especialmente no que tange à “parentalidade gentil“. Essa técnica, que surgiu na década de 1930, recentemente alcançou popularidade através de influenciadores digitais, como a brasileira Sammy Sampaio (@sammys), que compartilha sua experiência com o filho Jake e aconselha sobre essa abordagem parental.
Embora a parentalidade gentil tenha ganhado popularidade, seu significado exato ainda é motivo de debate e várias interpretações. Sarah Ockwell-Smith, uma escritora reconhecida na área de parentalidade, define-a como um estilo de vida e uma mentalidade focada nas emoções da criança. Contudo, ainda existem questionamentos sobre a distinção dessa abordagem em relação a outras e se ela é realmente benéfica para pais e filhos.
Para investigar essas questões, a professora Alice Davidson e a especialista em psicologia Annie Pezalla conduziram uma pesquisa com mais de 100 pais, todos com filhos entre 2 e 7 anos. Eles foram questionados sobre a criação de seus filhos, como foram criados e suas reações ao comportamento inadequado dos filhos. Também foi perguntado se se consideravam “pais gentis” e, em caso afirmativo, o significado disso para eles.
Os resultados preliminares mostraram que cerca de metade dos participantes se identifica como “pais gentis”. Esses pais, em sua maioria brancos e altamente educados, variando entre as gerações X e millennials, descreveram a criação recebida de seus próprios pais como simplista e reativa. Por outro lado, caracterizaram sua própria parentalidade com adjetivos mais positivos, como “afetuoso” e “consciente”, muitas vezes vendo seu método como uma evolução das gerações anteriores.
Entre os que praticam a parentalidade gentil, foram identificadas duas principais tendências: manter a calma em momentos desafiadores com os filhos e esforçar-se para validar os intensos sentimentos dos filhos. Esses pais também mostraram familiaridade com a literatura sobre parentalidade.
No entanto, apesar de suas boas intenções, muitos desses pais expressaram sentir-se exaustos e inseguros, lutando para se manterem eficazes. Eles frequentemente relataram sentimentos de estresse, sobrecarga e solidão, indicando que a parentalidade gentil pode ser emocional e fisicamente exigente.
As professoras Davidson e Pezalla estão expandindo sua pesquisa para incluir um grupo mais diversificado de pais, com o objetivo de acompanhar essas famílias ao longo do tempo. Elas buscam entender melhor a sustentabilidade da parentalidade gentil e como ela afeta o desenvolvimento emocional dos filhos. A mensagem para os pais é clara: a importância de manter um equilíbrio entre atender às necessidades dos filhos e cuidar do próprio bem-estar.
Comentários estão fechados.