Existem profissões que podem levar uma pessoa à demência, segundo estudo

A nova pesquisa revelou a conexão assustadora que algumas profissões têm com o desgaste da saúde mental, antecipando o quadro de demência e outros tipos de degeneração cognitiva.

Há muito tempo, acreditamos que manter o corpo em movimento é um dos pilares fundamentais para preservar a saúde do cérebro ao longo dos anos.

A ideia de que o exercício físico é um escudo eficaz contra a deterioração cognitiva tem sido amplamente debatida, promovendo que a atividade física mantém nosso cérebro jovem e resiliente contra possíveis problemas neurológicos.

No entanto, descobertas recentes, publicadas na renomada revista científica The Lancet, lançam uma luz surpreendente sobre uma faceta paradoxal dessa premissa, questionando suposições sobre o papel do exercício na saúde.

O estudo sugere que pessoas cujas profissões envolvem níveis moderados a altos de atividade física podem ter maior risco de desenvolver demência ou sofrer danos cognitivos leves (MCI, sigla em inglês), considerados precursores de condições degenerativas cerebrais.

Essa descoberta desafia nossa compreensão tradicional sobre a relação entre exercício físico e saúde neural, revelando a complexidade do impacto da atividade física no cérebro humano.

O trabalho exigente

Os resultados da pesquisa revelaram que trabalhadores que desempenham funções exigentes, entre os 33 e 65 anos, enfrentam um risco 72% maior de desenvolver demência e MCI ao chegarem aos 70 anos, em comparação com aqueles que atuam em escritórios.

Para investigar a possível conexão entre a exigência física no trabalho e a prevalência de demência, os pesquisadores analisaram dados do Estudo HUNT4 70+, uma das pesquisas mais complexas populacionais sobre demência realizadas na Noruega entre 2017 e 2019.

O estudo envolveu 7005 participantes que tinham entre 33 e 65 anos. Assim, foram identificados 92 casos de demência e 2407 de MCI.

No estudo, destacou-se a importância de implementar estratégias preventivas para aqueles que desempenham profissões fisicamente exigentes, a fim de proteger sua saúde cognitiva na terceira idade.

(Imagem: divulgação)

Embora a causalidade exata permaneça indefinida, pesquisadores sugerem que a intensidade física inerente a certas profissões pode impor um significativo estresse ao corpo e à mente, potencialmente gerando predisposição a problemas cognitivos.

O setor de ocupações frequentemente submetidas a avaliações está associado a longas horas de trabalho em pé, esforço físico intenso, pressão considerável, alto risco de burnout e uma rigidez marcante nas jornadas de trabalho.

Tais atributos laborais são também acompanhados por exposição frequente a agentes poluentes e, em alguns casos, podem estar relacionados a perdas auditivas, todos fatores conhecidos por terem um impacto negativo na função cognitiva.

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