Extinção dos dinossauros: cientistas revelam a temperatura da cratera após impacto
Descubra como cientistas desvendaram a temperatura atingida na cratera Chicxulub.
A descoberta da temperatura alcançada pela cratera Chicxulub imediatamente após o impacto do asteroide que levou à extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos abre novas perspectivas sobre um dos eventos mais catastróficos da história da Terra. Utilizando uma técnica inovadora conhecida como paleotermômetro, pesquisadores conseguiram medir a temperatura das rochas.
As rochas encontradas no fundo do mar, a cerca de 700 metros abaixo do leito oceânico, são testemunhas silenciosas do cataclismo de 66 milhões de anos atrás alcançando um pico de 330°C. Este achado, publicado na revista PNAS Nexus, oferece insights valiosos sobre o impacto ambiental subsequente e desafia algumas das hipóteses anteriores sobre a extinção em massa.
O asteroide, com cerca de 12 quilômetros de diâmetro, colidiu com a Terra a uma velocidade impressionante, criando a cratera Chicxulub no que é hoje o Golfo do México. Este evento não apenas marcou o fim do período Cretáceo, mas também desencadeou uma série de reações cataclísmicas, incluindo tsunamis violentos e mudanças climáticas drásticas.
Imagem: Reprodução
A análise detalhada das amostras coletadas revelou que a temperatura nas proximidades do impacto era muito superior aos 35,5°C do oceano no fim do Cretáceo e aos 50 a 200°C esperados de atividade hidrotermal, sugerindo um aquecimento significativo causado pelo impacto.
Curiosamente, a pesquisa indica que a colisão não liberou tanto dióxido de carbono quanto se pensava anteriormente. Esse fator é importante para entender as mudanças climáticas que se seguiram. Acredita-se que ocorreu uma descarbonatação térmica e uma rápida reação reversa, em que o óxido de cálcio altamente reativo (CaO) foi recombinado com o CO₂, formando novos cristais de carbonato de cálcio (CaCO₃).
Esse processo pode ter resultado em menos dióxido de carbono na atmosfera, o que teria implicações significativas para as teorias sobre o aquecimento global e a acidificação dos oceanos durante a extinção em massa.
Além de lançar luz sobre os detalhes da extinção dos dinossauros, essa descoberta tem implicações mais amplas para a compreensão de impactos de asteroides em geral. Os pesquisadores esperam que o uso do paleotermômetro possa ser aplicado a outras crateras ao redor do mundo, proporcionando uma compreensão mais profunda de como tais eventos influenciam a evolução da vida no planeta.
* Com informações de Live Science e Olhar Digital
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