A Igreja Medieval ou Igreja Católica teve um papel essencial durante a Idade Média. Ela estruturou a visão de mundo do homem medieval, além de ser uma grande proprietária de terras, a principal fonte de riqueza e poder político.
Foi a instituição que resistiu a inúmeras transformações ocorridas no continente europeu desde o século V. Ao promover a conversão dos povos bárbaros, ela efetivou a síntese entre o mundo romano e o bárbaro.
Durante a Idade Média, houve o predomínio do feudalismo. Com isso, a Igreja se deslocou para o campo, onde abades e bispos se tornaram senhores feudais.
Assim, por meio de doações dos mais ricos, a Igreja se tornou a instituição feudal mais poderosa de todo o período.
Uma das principais funções da Igreja era garantir a paz e a ordem em uma sociedade fortemente organizada numa base militar em que as virtudes guerreiras se destacavam nas classes dirigentes.
Ao instituir a Trégua de Deus, a Igreja Medieval passou a proibir a ocorrência de combates em determinados dias do mês e em datas religiosas.
A justiça também ficava a cargo da Igreja que tinha sua própria jurisdição. Ao julgar uma série de casos de acordo com o Direito Canônico, ela regulava diversas instituições e relações de acordo com a sua legislação.
O cristianismo definia as condutas éticas a medida em que o medo da morte determinava o comportamento da população.
Características da Igreja Medieval
A Igreja Medieval possuía uma estrutura fortemente hierarquizada. Tal fato colaborou para que ela enfrentasse todas as crises, concentrando o poder e o saber.
A divisão interna consistia entre o:
- Alto clero: composto por membros da nobreza que ocupavam cargos de direção, como os arcebispos, bispos, etc.
- Baixo clero: integrado por pessoas pertencentes às camadas mais pobres da sociedade.
Toda a estrutura da Igreja era comandada pelo Papa, o ocupante do topo da hierarquia.
Entre os séculos V e VIII, alguns membros do clero passaram a conviver com os fiéis, visando evangelizar os reinos bárbaros. Essa parte do clero formou o “clero secular”, que significa: aquele que vive no mundo.
No entanto, com o passar do tempo, parte dos religiosos afastou-se das doutrinas cristãs. Ao mesmo tempo, surgiu o “clero regular”, composto por monges que viveriam afastados do mundo material, recolhidos em mosteiros.
Os mosteiros se tornaram o centro da vida cultural e intelectual da Idade Média, além de cumprirem importantes funções políticas e econômicas.
As únicas bibliotecas e escolas da época se encontravam nos mosteiros e abadias. Assim, o clero foi o principal responsável pela manutenção da cultura greco-romana.
Em uma sociedade analfabeta em sua maioria, o acesso à leitura e à escrita era exclusivo aos bispos, padres, monges e abades. Com isso, ficava a cargo da Igreja Medieval o controle do saber.
As heresias e a Inquisição
As heresias eram todos os pensamentos e atos contrários às doutrinas da Igreja. Em diversos momentos, grupos de fiéis contestaram as teorias do catolicismo, sendo chamados de hereges pela Igreja.
Com isso, o clero travou uma intensa guerra contra os hereges, criando a Inquisição, uma instituição autônoma pertencente à Igreja Católica.
Ela tinha liberdade para investigar e condenar as pessoas consideradas, hereges. A Inquisição matou diversos indivíduos sob a justificativa de serem inimigos da Igreja Católica.
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