Lua nos enganou por séculos? Novo estudo sugere que fomos enganados o tempo todo

Pesquisa indica implicações significativas para a compreensão de sua formação.

Um estudo recente da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, publicado na prestigiada revista ‘Nature’, sugere que a Lua tem uma idade maior do que a anteriormente imaginada.

Os cientistas acreditam que nosso satélite natural surgiu há 4,51 bilhões de anos, o que contraria as estimativas anteriores de 4,35 bilhões de anos.

A pesquisa baseia-se na análise de cristais de zircão da Lua, os quais indicam uma datação mais antiga do que registros anteriores.

Esse achado pode alterar a compreensão da formação do satélite, uma vez que teorias passadas podem ter sido influenciadas por um processo que “apagou” marcas de sua verdadeira idade.

Lua pode ser mais velha do que astrônomos haviam constatado – Imagem: reprodução/Sebastian Voortman/Pexels

Como a nova idade da Lua foi determinada?

Os cientistas constataram que o derretimento da superfície lunar, causado por “forças de maré”, pode ter obscurecido registros de impactos antigos. Isso teria levado a subavaliações de sua idade em pesquisas anteriores.

O zircão, um mineral que rejeita chumbo e incorpora urânio, foi crucial para determinar uma datação mais precisa.

O decaimento radioativo de urânio para chumbo nos cristais de zircão permitiu a determinação de idades superiores a 4,35 bilhões de anos. Tal método, bem compreendido, revelou uma cronologia mais antiga para a Lua, ao sugerir que seu surgimento ocorreu logo após a formação da Terra.

A nova datação consegue, assim, impactar as teorias sobre a origem da Lua, como a hipótese de um grande impacto na Terra seguido pelo resfriamento de um oceano de magma lunar.

Os cristais de zircão, que não teriam sobrevivido a esse cenário, apontam para uma formação do satélite entre 4,43 e 4,51 bilhões de anos atrás.

Impactos das novas descobertas

A pesquisa também ajuda a entender por que a superfície da Lua é mais lisa do que o esperado, ao considerar os impactos sofridos ao longo do tempo.

A “refusão de maré” pode ter apagado esses sinais, o que oferece uma explicação para a discrepância na composição metálica entre a Terra e a Lua.

Essas descobertas abrem caminho para novas investigações sobre as origens e evolução do nosso satélite natural. Os pesquisadores agora buscam entender melhor as consequências dessa revisão na idade lunar e suas implicações para a história do Sistema Solar.

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