MEC redefine regras para licenciaturas; ensino 100% digital fica proibido
Agora, cursos de formação de professores deverão ter ao menos 50% de carga horária presencial.
As novas diretrizes para cursos de licenciatura, anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC), prometem transformar o cenário da formação de professores no Brasil.
A decisão, que entrou em vigor em 1º de julho deste ano, estabelece que metade da carga horária dos cursos deve ser presencial, provocando debates e preocupações entre instituições de ensino e especialistas.
Essas mudanças fazem parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para regulamentar a educação a distância no ensino superior.
Apesar das preocupações, especialistas destacam que a medida é essencial para assegurar uma formação de qualidade. Enquanto isso, as universidades enfrentam o desafio de se adaptarem às novas exigências dentro do prazo de dois anos.
Readequação das licenciaturas
Segundo as novas diretrizes, todos os cursos devem ter uma duração mínima de quatro anos e totalizar 3.200 horas. Desse total, 1.600 horas devem ser presenciais, incluindo estágios e atividades de extensão.
Essa mudança impacta diretamente os cursos oferecidos exclusivamente a distância. A divisão de conteúdo em relação às horas ficou a seguinte:
Imagem: reprodução
Atividade | Horas |
---|---|
Formação geral | 880 |
Conhecimentos específicos | 1.600 |
Atividades de extensão | 320 |
Estágio curricular supervisionado | 400 |
Opiniões sobre a nova resolução
Natalia Fregonesi, do Todos Pela Educação, considera que as diretrizes trazem avanços significativos, incluindo uma maior articulação entre teoria e prática. Para ela, a formação presencial é crucial para o desenvolvimento de habilidades relacionais.
Já Marcos Garcia Neira, da USP, afirma que o crescimento dos cursos a distância trouxe problemas de evasão e que as novas normas podem ajudar a solucioná-los. Ele sugere que as instituições estabeleçam diálogos com alunos e professores para ajustar os currículos.
Desafios e preocupações
Flávio Murilo Gouvêa, reitor da Estácio de Sá, expressa preocupações sobre a redução da oferta de cursos devido às novas exigências. Ele destaca a importância de garantir a melhor experiência de aprendizado para o aluno, tanto em EAD quanto presencialmente.
Já a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) enfatiza a necessidade de equilibrar qualidade e acesso. A entidade defende também que a educação a distância é essencial para democratizar o ensino superior no país.
Com as novas regras estabelecidas, o MEC promete supervisão rigorosa para garantir a conformidade das instituições. A implementação bem-sucedida dessas diretrizes será crucial para evitar retrocessos na democratização do ensino no Brasil.
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