Movimento operário no Brasil
O movimento operário brasileiro iniciou-se na Primeira República.
O movimento operário no Brasil nasceu durante o processo de industrialização do país, estimulado pelo capital acumulado com a produção cafeeira e pela mão de obra disponível, principalmente dos imigrantes europeus.
Ele se desenvolveu durante a República Velha, também conhecida como Primeira República.
Movimento operário – Resumo
Entre os anos de 1887 e 1930, o Brasil recebeu quase 4 milhões de estrangeiros. Inicialmente, eles eram direcionados para trabalhar nas plantações de café.
No entanto, muitos se sentiram atraídos pelas cidades, deslocando-se do campo para os centros urbanos com a expectativa de encontrar postos de trabalho nas indústrias.
Como nas cidades o convívio social era mais estreito, os trabalhadores das fábricas começaram a organizar seus organismos de classe, direcionados para a conquista de direitos e melhores salários.
Assim, com as fábricas, o surgiu o movimento operário no Brasil.
No início do século XX, cada fábrica possuía suas normas específicas. Os trabalhadores não possuíam nenhuma legislação a seu favor garantindo descanso semanal, licença-saúde ou licença-maternidade.
Os operários trabalhavam até 16 horas por dia, em péssimas condições e vigiados a todo momento.
A difícil situação os impulsionou a criar sindicatos, partidos e associações. De modo geral, eles reivindicavam melhores condições de vida, de salário, de trabalho, de saúde, etc.
Em 1906, operários do Sudeste organizaram o 1° Congresso Operário Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro.
Nele, os operários lutaram pela diminuição da jornada de trabalho, abolição das multas aos funcionários e a legalização do trabalho feminino.
Os trabalhadores organizaram greves pela redução das horas de trabalho, no entanto, elas foram duramente reprimidas.
Na época, os conflitos entre patrões e empregados eram considerados casos de polícia.
Com isso, era bastante comum a prisão de trabalhadores e a deportação dos estrangeiros, considerados “perturbadores da ordem pública”.
A Lei Adolfo Gordo legalizava tal prática, regulamentando a expulsão de 132 estrangeiros só no ano de 1907.
Os líderes operários eram, em sua maioria, italianos e espanhóis que traziam da Europa influências sindicais vistas como ameaças pelo empresariado brasileiro.
A greve era a principal arma utilizada pelos operários para conquistar seus direitos. Houve casos em que elas surtiram efeito, fazendo com que eles obtivessem algumas de suas demandas atendidas.
No entanto, como não havia um respaldo da lei, rapidamente eles voltavam à condição anterior.
Os movimentos grevistas mais significativos eram aqueles que abalavam setores estratégicos da economia, ou aqueles que mobilizavam milhares de trabalhadores das mais variadas categorias.
Exemplos desses movimentos foram as paralisações de estivadores e ferroviários, assim como a Greve Geral de 1917 que ocorreu em São Paulo.
As duas doutrinas que mais influenciaram os movimentos grevistas foram o socialismo e o anarquismo.
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