Nova terapia para zumbido no ouvido tem testes promissores nos Estados Unidos

A terapia, que foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Michigan, alia o uso de fones de ouvido intra-auriculares e eletrodos para tratar o problema.

Uma terapia pode ajudar pessoas afligidas pelos sons angustiantes do tinnitus, uma condição caracterizada por um zumbido constante ou um som de apito nos ouvidos.

Aproximadamente 10% da população dos Estados Unidos é afetada por esse mal, que pode causar efeitos negativos na qualidade de vida. No entanto, surgiu um raio de esperança na forma de um tratamento combinado que utiliza som e estimulação elétrica.

Um fator-chave que contribui para o tinnitus é a atividade excessiva do núcleo coclear dorsal (DCN) no tronco cerebral.  Essa região processa os sinais auditivos juntamente com outras informações sensoriais, sugerindo que o tinnitus não é apenas um distúrbio do sistema auditivo do cérebro.

Aproximadamente 80% das pessoas com tinnitus experimentam a forma somática, na qual os ruídos perturbadores são gerados ou alterados por movimentos da cabeça ou do pescoço.

O tratamento

Em um recente ensaio clínico liderado por Susan Shore e sua equipe na Universidade de Michigan, uma terapia inovadora foi empregada para aliviar significativamente os sintomas do tinnitus.

Esse novo procedimento oferece esperança para todos os pacientes, de acordo com o especialista em tinnitus, Berthold Langguth, da Universidade de Regensburg, na Alemanha, que não esteve envolvido no estudo.

Os pesquisadores desenvolveram um tratamento “bisensorial” composto por um fone de ouvido intra-auricular e dois eletrodos externos.

Ao fornecer uma combinação de estímulos acústicos e elétricos, o tratamento visava reduzir a atividade no DCN. O nível de estimulação foi personalizado para o zumbido específico de cada indivíduo.

O estudo envolveu 99 participantes com tinnitus somático, que receberam um dispositivo protótipo para tratamento em casa durante o estudo.

Etapa de testes

Durante a primeira fase do estudo, os participantes do grupo experimental passaram pelo procedimento durante 30 minutos diários, ao longo de seis semanas.

O grupo de controle também utilizava os eletrodos, porém recebia apenas tratamento acústico, sem impulsos elétricos. Para garantir a confiabilidade dos resultados, os participantes não sabiam a qual grupo pertenciam.

Ao final da fase inicial, o grupo experimentou uma redução significativa no zumbido no ouvido, sendo que o tratamento proporcionou benefícios clínicos expressivos.

Em média, a intensidade percebida do zumbido foi reduzida pela metade após a primeira fase e essa melhora continuou mesmo durante a pausa de seis semanas no tratamento.

Os efeitos positivos persistiram por até 36 semanas. Langguth considerou o procedimento altamente promissor. Agora, Susan Shore pretende acelerar o processo de aprovação da nova terapia para lançá-la o mais rápido possível no mercado.

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