O "fim" das escolas cívico-militares está dividindo opiniões no país
Após o anúncio do fim das escolas cívico militares, imposto pelo atual governo, alunos e professores dessas instituições têm mostrando opiniões divergentes sobre a medida.
Na última quarta-feira (12), o Governo Lula anunciou o fim das escolas cívico-militares, criadas durante o governo Jair Bolsonaro. A decisão foi do Ministério da Educação (MEC) e impacta diretamente cerca de 200 escolas em todas as regiões do país.
Apesar de ter sido anunciada há pouco tempo, a medida já dividiu opiniões entre estudantes e professores. Enquanto algumas pessoas são a favor, outras consideram que o modelo deveria ser mantido.
O que dizem aqueles que são a favor da medida
A opinião da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) é a seguinte:
“Um modelo de escola que acaba privando os estudantes de ter liberdade de expressão”, comentou Jade Beatriz, presidente da entidade, que também argumenta que esse tipo de instituição “não apoia a formação do pensamento crítico e acaba excluindo uma parcela dos estudantes”.
Ela defende a escola como uma organização democrática que incentive o aluno a pensar por si, assumindo o protagonismo do ambiente escolar.
“Fazer com que você vá para além dos muros da escola, que consiga se questionar o que vive hoje. É preciso garantir que a escola seja um instrumento não só de combate à desigualdade social, mas consiga contribuir para formação de pensamento crítico”, completa Beatriz.
A opinião daqueles que são contrários à mudança
No outro lado da história, estão aqueles que consideram a medida um retrocesso. Abaixo está a opinião de Sandro Mira, diretor do Colégio Estadual Cívico-Militar Beatriz Faria Ansay, em Curitiba:
“Claro que não é uma notícia boa, visto que a implantação do programa foi uma grande vitória, um grande presente para nossa comunidade”, afirmou.
O colégio em questão era considerado um exemplo para esse formato de ensino pelo próprio ex-presidente, Jair Bolsonaro. Para Mira, o sucesso da instituição de ensino está diretamente atrelado à adoção do formato cívico-militar.
“Nosso colégio era totalmente desacreditado, tanto pela comunidade quanto pelos governantes (…). Hoje, temos um colégio que é bonito e é cuidado pela comunidade. Não existe depredação em nosso colégio”, finalizou.
O MEC decidiu encerrar o projeto com a justificativa de que a conservação do modelo não é prioritária e que os objetivos definidos devem ser alcançados por outro caminho.
Em uma nota oficial, o Secretário substituto de Educação Básica, Alexsandro Santos, desaconselhou a manutenção do programa devido a problemas de coerência e coesão. Além disso, segundo ele, o programa “extrapola a finalidade das Forças Armadas brasileiras”.
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