Paul Gauguin – Biografia resumida, estilo e principais obras
O uso de cores vivas e marcantes, proveniente de influências da América Latina e Polinésia Francesa, consolidou Gauguin como um dos maiores pintores de todos os tempos.
Quem foi paul gauguin? Dono de uma das obras de arte mais caras do mundo, Paul Gauguin foi um pintor francês pertencente ao pós-impressionismo.
Ainda que tenha ingressado na carreira artística participando do movimento impressionista, suas obras possuem um estilo diferente, extravasando o naturalismo puro e enfatizando cores, imaginação e emoções. Portanto, uma total ruptura com o conceito do movimento inicial.
Em 2015, o quadro Nafea Faa Ipoipo, ou em português, “Quando te Casarás?” foi arrematado por US$ 300 milhões, na época, o equivalente a R$ 835 milhões. Naquele momento, foi a obra de arte mais cara vendida na história.
A obra é de 1892 e pertencia a um famoso colecionador suíço. Apesar de o nome do comprador não ter sido divulgado, especula-se que o quadro tenha sido comprado por um museu do Catar.
Biografia de Paul Gauguin
Eugène Henri Paul Gauguin, conhecido apenas pelo nome de Paul Gauguin, nasceu em Paris, na França, no dia 7 de junho de 1848. Seu pai era o jornalista francês Clovis Gauguin. Sua mãe, a escritora peruana Aline Chazal, famosa por ser filha da escritora feminista Flora Tristán.
No ano de 1849, o pequeno Paul e toda a família partiram para Lima, capital do Peru. Tragicamente, seu pai morreu durante a viagem. Ele, a mãe e a irmã viveram na América Latina até 1855, quando regressaram para a França e passaram a morar na cidade de Orleans.
Em 1864, quando Gauguin tinha apenas 16 anos, decidiu embarcar em um navio mercante. No mesmo ano sua mãe faleceu e ele passou a morar com seu tutor, Gustave Arosa.
Seu guardião era fotógrafo apaixonado por obras de arte, tornando-se a figura responsável por despertar em Paul Gauguin a paixão pela pintura. Contudo, sua primeira carreira não foi como artista.
Ele acabou alistando-se na marinha francesa e passou um bom tempo viajando por diversos países ao redor do mundo. Somente em 1872 ele voltou para a França, época em que começou a trabalhar como corretor em uma agência de câmbio, a Berti.
Carreira Artística
No ano seguinte, Paul Gauguin casou-se com a jovem dinamarquesa Mette Sophia Gad. Dessa união foram gerados sete filhos: Emile, Aline, Clovis, Jean Rene, Paul Rollon “Pola”, Germaine e Emile Marae a Tai.
A princípio, começou a pintar quando tinha tempo algum tempo livre. A virada da sua carreira só aconteceu em 1875, quando conheceu Camille Pissarro, que além de seu mestre, foi o responsável por introduzi-lo ao círculo dos pintores impressionistas.
Com rápida ascensão, expôs pela primeira vez no Salon de Paris em 1876. Alguns anos depois, em 1880, Pissarro convidou Gauguin para expor na mostra de impressionistas, participação que se repetiu na edição seguinte.
Em 1882 uma crise financeira afetou o mercado, fazendo com que ele perdesse o emprego como corretor. A partir daí, passou a dedicar-se integralmente à pintura. Dois anos depois, junto de sua família, mudou-se para a cidade natal de sua esposa, Copenhague, na Dinamarca.
A adaptação foi difícil, e sem conseguir se estabelecer, Gauguin decidiu voltar para a França, o que resultou na separação do casal. Ao regressar, conheceu o ceramista Ernest Chaplet, que o influenciou a iniciar na cerâmica pintada.
Em 1886, fugindo das tradições acadêmicas, partiu para o este da França, na região da Bretanha. O local era frequentado principalmente por artistas que, assim como ele, buscavam a fuga dos padrões.
Lá, permaneceu por aproximadamente três meses, época em que conheceu Émile Bernard e Charles Laval. Este último, inclusive, aparece na tela que leva o seu nome “Natureza-Morta com Perfil de Charles Laval”.
No ano de 1887 conheceu a Martinica, um departamento ultramarino insular francês no Caribe. Naquele local o pintor pode entrar em contato com os nativos e com as paisagens naturais de cores intensas e a natureza viva.
Ao voltar para Paris, teve um importante encontro com Van Gogh, que teve como resultado uma parceria futura. Regressou para a Bretanha em 1888 e no mês de outubro daquele ano foi para Arles, onde passou a dividir um ateliê com o pintor holandês, considerado uma das figuras mais influentes da arte ocidental.
A convivência, no entanto, foi curta e conturbada, terminado de modo dramático. Van Gogh cortou a própria orelha e foi internado em um hospital psiquiátrico. Dessa forma, não restou outra alteRnativa à Gauguin, se não voltar para Paris.
Apesar dos constantes deslocamentos e vivências conturbadas, o ano de 1888 foi um dos mais produtivos para o pintor francês. No decorrer do ano ele fez algumas de suas obras mais célebres, tais como “Fazenda nos Arredores de Arles”, “Visão Após o Sermão”, “As Lavadeiras de Arles”, entre outros.
Durante os dois anos seguintes fez novas viagens à Bretanha, dividindo-se entre Pont-Aven e Le Pouldu. Em 1889 apresentou suas obras na Exposição Universal, realizada em Paris.
Vivência na Polinésia Francesa
A primeira viagem de Gauguin para o Taiti foi em 1891. No mesmo ano também visitou as ilhas Marquesas.
Graças à convivência com os aborígenes, o pintor radicalizou a o primitivismo que havia inaugurado enquanto estava na França. Durante o período em que morou no país da Polinésia Francesa lançou o livro Noa Noa, relatando justamente a sua vivência no local.
Em 1894 participou de uma exposição na galeria de Paul Durand-Ruel. Apesar da grande quantidade de obras, aproximadamente 45, apenas 11 foram arrematadas. Entre elas, estavam alguns dos quadros mais conhecidos, a exemplo de Mulheres de “Taiti na Praia”, “Taitiana com a Manga” e “Ave Maria”.
O pintor voltou ao Taiti em 1895, instalando-se em Papeete, capital da Polinésia Francesa. Entretanto, a viagem não é tão agradável quanto a primeira. Dois anos depois, enquanto preparava o quadro “De Onde Viemos? O Que Somos? Para Onde Vamos?” sofrendo de depressão, o artista tentou se matar.
No ano de 1901 foi para as ilhas Marquesas, passando a viver na ilha de Hiva-Oa. Porém, terminou envolvendo-se em alguns desentendimentos com as autoridades locais.
A partir daí, as complicações não pararam de surgir. Sofreu com uma série de doenças, entre as quais sífilis e um eczema que provocava muita dor. Mesmo lutando contra as adversidades, conseguiu pintar “Cavaleiros na Praia”.
Paul Gauguin faleceu em 8 de maio de 1903, em Atuona, na Polinésia Francesa.
Principais obras de Paul Gauguin
- A Visão Depois do Sermão (1888)
- Café com Arles (1888)
- Jacó e o Anjo (1888)
- Cristo Amarelo (1889)
- Agonia no Horto (1889)
- Mulheres de Taiti na Praia (1891)
- Ia Orana Maria (1891)
- Quanto te Casarás (1892)
- Sementes de Areoi (1892)
- Taitiana com a Manga (1892)
- Autorretrato (1893)
- Vairumat (1896)
- De Onde Viemos? O Que Somos? Para Onde Vamos? (1897)
- Nevermore (1897)
- Duas Taitianas com Flores de Manga (1899)
- O Tocador de Violão (1900)
- Cavaleiros na Praia (1902)
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