Relativismo cultural

Relativismo cultural é a forma como os costumes e tradições de um determinado grupo social são entendidos.

Relativismo cultural é a forma como concebemos a cultura de determinado grupo social sem uma visão etnocêntrica, isto é, sem um olhar preconceituoso ou hierarquizante.

O relativismo cultural busca compreender os valores culturais de uma sociedade a partir dos padrões que vigoram no grupo social analisado, sem utilizar um só ponto de vista.

Definição de relativismo cultural

Para compreendermos a definição de relativismo cultural, é necessário definir o que é relativismo e cultura.

Relativismo

O relativismo sugere uma abordagem moral e cultural despida de prejulgamentos, pois, para ele, não existe verdade absoluta na esfera moral e nem no âmbito cultural.

Cultural

É importante salientar que o termo cultura, além de envolver as artes, também diz respeito às tradições e costumes de um povo.

Assim, cultura poder ser compreendida como as características materiais ou simbólicas que integram uma comunidade.

Relativismo cultural

Nesse sentido, relativismo cultural sugere a compreensão dos variados povos e suas culturas por meio dos seus contextos, ou seja, o entendimento do modo de vida deles é através das suas crenças.

O relativismo cultural busca entender os comportamentos de uma sociedade de acordo com a dinâmica social em que ela está inserida.

Por isso, ele não utiliza termos como “superior” ou “inferior”, já que a compreensão da realidade de cada povo é determinada pelo seu contexto e relações sociais, pois todas as culturas possuem seus próprios critérios.

Desse modo, nenhuma pessoa teria o direito de classificar tais práticas como certas ou erradas, morais ou imorais.

Relativismo cultural e etnocentrismo

O relativismo cultural foi uma resposta ao positivismo criado por Auguste Comte, que afirmava que a humanidade seguia um caminho constante ao progresso científico, de acordo com os moldes europeus.

Assim, todos aqueles que não estivessem na mesma fase de “desenvolvimento” da Europa Ocidental, eram vistos como inferiores.

Noções como “culturas inferiores” e “culturas superiores”, são repudiadas pelos relativistas culturais.

Para eles, a humanidade não precisa atingir o mesmo estágio tecnológico de uma sociedade específica para “melhor” ou “pior”.

Do mesmo modo, rejeita a ideia positivista que defende que um povo está em constante mudança, negando o progresso moral.

Com isso, o etnocentrismo afirma a existência de uma hierarquia de civilizações, em que todo e qualquer povo que se difere da visão europeia, está apta a julgamentos negativos.

Já o relativismo cultural considera as tradições e os costumes de todas as culturas, assim como não considera os padrões das culturas estudadas como “certos” ou “errados”.

Críticas ao relativismo cultural

Ao defender que tudo é relativo, o próprio relativismo cultural entra em contradição.

Quando concordamos com ele, estamos nos eximindo de julgar ou interferir numa cultura que pratica atos contra a dignidade humana.

Tendo isso em mente, é preciso problematizar o que é costume do que é violência.

Shirin Ebadi (1947), uma advogada iraniana, ativista dos direitos humanos, afirma que: “A ideia de relativismo cultural é apenas uma desculpa para violar os direitos humanos”.

Exemplos de relativismo cultural

Existem inúmeros exemplos de práticas culturais que são vistas como normais para um povo, mas que para outros são considerados como costumes exóticos.

Citaremos três casos que compõe a cultura de uma sociedade, mas que pode nos parecer estranhos.
Exemplo 1

Os japoneses costumam tirar os sapatos sempre que chegam em casa e deixá-los na porta. Essa ação impede que impurezas da rua entrem em casa.

Além disso, eles possuem o hábito de usar máscaras sempre que são acometidos por algum resfriado, alergia ou viroses.

Tal prática só foi adotada nos outros países do mundo por conta da pandemia do novo coronavírus, mas para os japoneses, ela já compunha seus costumes.

Exemplo 2

Os povos árabes se alimentam somente com a mão direita.

Exemplo 3

Em alguns países, as meninas recém-nascidas — por serem preteridas pelas famílias em relação aos meninos — são abandonadas à própria sorte.

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