O que é etnocentrismo?

O etnocentrismo é a forma como determinado sujeito/grupo compreende a sua cultura como superior às demais.

Etnocentrismo é o termo utilizado para se referir a forma como enxergamos o outro a partir do nosso olhar e da nossa vivência.

Isto é, a visão etnocêntrica faz com que o observador estabeleça a sua própria cultura como ponto de partida para qualificar ou desqualificar outras culturas.

Desse modo, ele se sente superior em relação aos demais, pois, tudo o que lhe causa estranheza é visto como inferior.

Como ocorre?

O etnocentrismo ocorre a partir da nossa dificuldade em considerar a diferença como algo normal. Ele se relaciona diretamente com os choques culturais, mas pode ser visto com grande frequência em nossa própria cultura.

Por afetar todas as pessoas do mundo, o etnocentrismo se mostra presente nos mais variados espaços políticos e sociais.

Este fenômeno envolve aspectos racionais (intelectuais) e psicológicos (afetivos), que estão intimamente relacionados com atitudes radicais, preconceituosas e xenófobas.

Desse modo, o etnocentrismo se torna perigoso ao sugerir uma superioridade cultural e racial, ao colocar um grupo étnico no centro, o tornando o ponto de referência da normalidade em relação aos outros grupos.

O que enxergamos no outro não passa de uma representação criada a partir das nossas ideologias e crenças.

Assim, ele acaba por limitar e impedir a possibilidade da existência de grupos alheios ao seu.

Logo, o etnocentrismo é utilizado para fortalecer aspectos entendidos como “negativos” de outros grupos, reforçando a manutenção do status quo de sua soberania.

Etnocentrismo e relativismo cultural

O relativismo cultural relativiza as culturas, isto é, analisa os sistemas culturais sem se apoiar em uma visão etnocêntrica.

Baseado em uma teoria geral da relatividade cultural, o relativismo cultural considera o contexto de cada manifestação, para, então, dar significado às práticas dos sujeitos que não se inserem no seu grupo social.

A partir desse ponto de vista, entendemos que o outro também possui seus valores, os quais estão inseridos em um sistema cultural que deve ser considerado.

Exemplos de etnocentrismo na história

A colonização do continente americano teve seu início com base no etnocentrismo. A chegada dos portugueses foi marcada por uma visão hierarquizada de culturas em que a do indígena foi inferiorizada.

Ao estabelecer um ponto de vista superior de maneira arbitrária, o europeu considerou o modo de vida dos povos originários como desordenado, pois eles entendiam apenas o modo de vida europeu como referência cultural.

O etnocentrismo ainda é algo bastante presente na sociedade brasileira, pois a cultura indígena segue sendo considerada algo inferior e atrasado socialmente.

Outro aspecto que nos fazem identificar uma visão etnocêntrica no Brasil é a forma como alguns habitantes do Sul e Sudeste, ao acreditarem que são mais desenvolvidos social e culturalmente, se referem de maneira preconceituosa à população do Norte e Nordeste.

A visão que considera o continente africano atrasado, também é um exemplo de etnocentrismo.

Se esse local enfrenta a fome e as demais mazelas sociais, isso se deve à exploração europeia que, além de explorar a região, delimitou divisões arbitrárias no território, forçando tribos historicamente rivais a conviverem juntas.

Tal realidade faz os africanos terem que enfrentar guerras civis violentas e intermináveis, que geram milhares de mortes e destruições.

O Nazismo de Adolf Hitler, caracterizado por uma suposta superioridade da raça ariana branca, que justificou a morte de milhões de outros povos, principalmente os judeus, é um exemplo marcante de etnocentrismo.

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