Estudo sobre córneas feitas de pele de porco revelam restaurar a visão das pessoas
As descobertas podem ajudar milhões de pessoas à espera de transplantes de córnea.
Globalmente, estima-se que 12,7 milhões de pessoas estão esperando por um transplante de córnea, que é a camada transparente mais externa do olho. Contudo, um novo estudo sobre córneas feitas de pele de porco mostrou que o material é capaz de restaurar a visão em pessoas cegas.
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Biomaterial feito do colágeno da pele de porcos
Buscando alternativas, pesquisadores da Linköping University, na Suécia, desenvolveram um biomaterial feito de colágeno de pele de porco. Os implantes usados no estudo replicaram a córnea humana (a parte que cobre a íris e a pupila e permite a entrada de luz).
Os cientistas procuraram respostas em moléculas de proteínas derivadas da epiderme de porco (depois de já passarem por um processo de purificação para uso em humanos). Eles também apontam para a pele de porco como um insumo economicamente viável e prontamente disponível.
O estudo piloto com uso da epiderme de porcos
Em um estudo-piloto publicado na revista Nature Biotechnology, os cientistas relatam que os implantes foram seguros e restauraram com sucesso a visão de 20 voluntários, sendo que 14 deles (a maioria) não enxergavam mais nada antes do procedimento.
Dentro dos testes, os pacientes que vivem na Índia e no Irã sofriam de uma condição chamada ceratocone, na qual a córnea gradualmente se afina e se projeta. De acordo com o estudo, a visão melhorou em todos os pacientes 24 meses após receber os implantes.
Os criadores do estudo – uma equipe de pesquisadores da Suécia, Índia e Irã – esperam que os implantes possam substituir os tratamentos utilizados nos transplantes de córnea, que são difíceis de obter.
Os especialistas estimam que cerca de 12,7 milhões de pessoas estão esperando por córneas para serem doadas. Isso contando com uma média de apenas uma córnea disponível para cada 70 pessoas que precisam de transplante, segundo o estudo.
Os resultados desse estudo
Os cientistas mostraram que é possível desenvolver um biomaterial que atenda a todos os critérios para uso como implante humano. Nesse caso, ele poderia ser produzido em massa e armazenado por até dois anos, beneficiando mais pessoas com problemas de visão.
Dessa forma, a pesquisa abre a perspectiva de ajudar a contornar a escassez de tecido corneano doado e levará a outros tratamentos de doenças oculares.
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