Talentos escondidos: o potencial dos "superdotados desconhecidos" no Brasil
É possível que tenha milhares de pessoas no Brasil que ainda não sabem dessa sua condição intelectual especial.
No Brasil, milhares de pessoas podem estar vivendo sem saber que são superdotadas. Ou seja, têm um QI muito acima da média.
Associações e psicólogos têm realizado testes para identificar indivíduos com altas habilidades, mas a falta de políticas públicas adequadas e um cadastro nacional específico dificulta a identificação e o atendimento a esse grupo.
A Mensa Brasil, braço local da Mensa Internacional, uma organização fundada no Reino Unido em 1946 para reunir superdotados, aplica exames para selecionar associados com QI acima de 130 pontos. Em média, o QI no Brasil é pouco mais de 83 pontos.
No entanto, estima-se que apenas 2,6 mil superdotados tenham sido identificados até o momento, enquanto potencialmente existam cerca de 4 milhões de brasileiros com altas habilidades, segundo a organização supracitada.
Entenda mais detalhes desse fenômeno abaixo!
Crescimento de brasileiros superdotados
A falta de uma definição consolidada para o conceito de superdotação tem levado alguns especialistas a preferirem a expressão “altas habilidades” para descrever pessoas com inteligência excepcional em diversas áreas, como artes, comunicação e esportes.
(Imagem: iStockphoto/Reprodução)
No entanto, ainda há controvérsias sobre a melhor forma de identificar tais indivíduos, pois o QI é apenas uma medida de raciocínio lógico e pode não abranger todas as áreas em que alguém é considerado superdotado.
Estimativas sobre a quantidade de superdotados no Brasil variam, mas alguns dados apontam para um possível número muito maior que o constatado até hoje.
O país conta com cerca de 26.815 alunos reconhecidos como tendo altas habilidades nas escolas. Porém, se comparado a outras nações, tal número pode ser subestimado.
A Mensa estima que 2% da população mundial tenha um alto QI, o que equivaleria a cerca de 4 milhões de superdotados somente no Brasil.
A busca por essas pessoas ainda enfrenta dificuldades no país, e a falta de identificação pode levar a confusões com outras condições, como o déficit de atenção e a hiperatividade.
A educação no Brasil também não está plenamente preparada para reconhecer e atender às necessidades de tais indivíduos. As políticas públicas para identificar e acompanhar adequadamente os superdotados são escassas, e as existentes estão defasadas.
A criação de um cadastro nacional de estudantes com altas habilidades ou superdotação, previsto por lei em 2015, não saiu do papel. Além disso, existe a preocupação com a pressão e as expectativas impostas aos superdotados e os familiares.
Muitas vezes, essas pessoas sofrem com desajuste em relação a seus colegas devido à sua inteligência acima da média, o que pode gerar conflitos e problemas de relacionamento.
Para evitar essas questões, é fundamental uma abordagem mais ampla e atualizada para encontrar, acompanhar e atender os superdotados no Brasil.
Ações efetivas podem garantir que tais talentos sejam desenvolvidos e canalizados de forma positiva, contribuindo para o crescimento do país e para o bem-estar dessas pessoas
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