Técnica em TI se confunde com mensagens de e-mail e acusa o ex-chefe de assédio sexual

Segundo o juiz do caso, a profissional achou que o ex-chefe estava a convidando para sair, quando, na verdade, ele queria apenas obter informações.

Uma mulher, técnica em TI do Reino Unido, entrou com um processo contra o seu ex-chefe, alegando que o homem havia a assediado sexualmente.

De acordo com Karina Gasparova, de idade não revelada, o seu antigo superior, identificado como Alexander Goulandris, que também não teve a idade revelada, a importunava sexualmente desde 2019.

Karina e Alexander trabalhavam juntos na empresa essDOCS, que atua no ramo de papelaria e tem extensões em vários países.

Em 2021, a profissional chegou a pedir demissão da companhia por causa dos alegados casos de assédio.

Contudo, quando teve acesso à petição da profissional, um juiz do Tribunal Central de Londres rejeitou imediatamente a abertura de processo por assédio sexual.

Foi realmente assédio? O que aconteceu?

De acordo com informações divulgadas pela rede BBC, que noticiou o caso originalmente, o tribunal não apenas rejeitou a ação movida por Karina Gasparova, mas também rechaçou as tentativas de incriminação feitas pela técnica de TI.

Como forma de tentar provar o alegado assédio, Karina suscitou alguns e-mails que recebeu de Goulandris onde o executivo supostamente a chamava para sair por meio de códigos.

Na decisão judicial, o magistrado responsável pelo caso apontou que os dados apresentados por Gasparova como relativos à importunação sexual, na verdade não significavam isso.

Segundo a técnica de TI, as expressões “xx”, “yy”, “???” e outras enviadas por seu chefe nos e-mails, significavam, na verdade, a intenção de manter relações sexuais ou marcar encontros com ela.

Ainda de acordo com o juiz do caso, os e-mails enviados por Alexander Goulandris à sua antiga subordinada eram “pedidos genuínos de informações” e não mensagens obscenas.

Para tentar convencer o tribunal de que estava falando algo com sentido, Karina Gasparova disse que, além das supostas mensagens de e-mail com cunho sexual, o seu ex-chefe a acariciou e usou “tons de voz atraentes” para se comunicar com ela algumas vezes.

Dentre as alegadas tentativas de assédio físico apontadas por Karina, estão toques nas mãos e até nas pernas dela durante o expediente de trabalho.

Gasparova alegou ainda que após rejeitar as suas supostas investidas, Alexander Goulandris passou a tratá-la de forma rude no dia a dia na empresa. Isso teria motivado o pedido de demissão citado anteriormente.

Apesar das alegações de Karina, a decisão judicial final apontou que a profissional se confundiu e viu um sentido inexistente nas atitudes de Alexander Goulandris.

“A requerente distorceu a percepção dos eventos cotidianos”, informou a decisão. “Ela demonstrou uma tendência a fazer alegações extraordinárias sem evidência”, completou o parecer jurídico.

Karina Gasparova acabou sendo condenada a pagar 5 mil euros (cerca de R$ 27 mil) à essDOCS, que deverão ser empenhados na cobertura de custos advocatícios provocados por sua ação considerada inócua pelo juízo.

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