Tinder enfrenta ação judicial por induzir vício em seus usuários
Ação coletiva alega que recursos viciantes mantêm usuários presos em um ciclo perpétuo.
O popular aplicativo de namoro Tinder, juntamente com outros como Hinge, está enfrentando uma ação judicial que alega que seus recursos viciantes incentivam o uso compulsivo, transformando os usuários em “viciados” que buscam constantemente pagar por assinaturas para acessar funcionalidades especiais.
A ação coletiva movida no tribunal federal do Distrito Norte da Califórnia argumenta que a Match Group, empresa controladora desses aplicativos, projeta intencionalmente suas plataformas com características semelhantes às de jogos, visando prender os usuários em um ciclo perpétuo de uso e pagamento.
Ciclo compulsivo – e destrutivo
De acordo com a proposta de ação, os aplicativos de namoro da Match utilizam “recursos reconhecidos de manipulação de dopamina” para criar uma busca por recompensas psicológicas ilusórias, priorizando o lucro em detrimento da promessa de auxiliar os usuários a encontrarem relacionamentos significativos.
Imagem: Shutterstock/Reprodução
Embora a ação se concentre nos aplicativos de namoro para adultos, ela surge em um momento em que as empresas de tecnologia estão sob crescente escrutínio por desenvolverem características viciantes que afetam a saúde mental, especialmente entre os jovens.
Empresas como a Meta Platforms, responsável pelo Facebook e Instagram, também enfrentam ações judiciais similares.Até o momento, os representantes da Match ainda não responderam aos comentários sobre o processo para nenhuma nota de imprensa.
Além das questões legais, dados recentes do site de análise de mercado Gitnux revelam que aproximadamente 53% dos perfis em aplicativos de namoro online contêm informações falsas, e cerca de 10% das pessoas encontradas não são quem dizem ser, ressaltando preocupações adicionais sobre a autenticidade e segurança nesses serviços.
Recentemente, a atriz Teri Hatcher, conhecida por Desperate Housewives, revelou que seu perfil em um aplicativo de namoro foi excluído sob a alegação de ser falso, destacando os desafios enfrentados até mesmo por figuras públicas ao usar essas plataformas.
Este processo reflete a crescente atenção sobre as práticas das empresas de tecnologia e seus impactos na saúde mental dos usuários, reforçando a necessidade de regulamentações e discussões éticas sobre o design de aplicativos e plataformas online.
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