Vincent Van Gogh
Conheça a história do pintor holandês, que é tido como um dos maiores nomes da pintura mundial.
Quem foi Van Gogh? Vincent Van Gogh foi um pintor pós-impressionista cujas obras são consideradas um marco na arte do século XIX. Sua carreira foi curta, porém, suficiente para expor sua genialidade.
Durante toda a vida foi acompanhado de perto por muitas doenças mentais. Enquanto viveu, foi um completo desconhecido, encarando a completa pobreza. Seu reconhecimento só veio depois da morte.
Uma parte considerável de seus quadros se perderam ou foram destruídos, inclusive, pela própria mãe. Quando ele morreu, sua cunhada Johanna foi a grande responsável por recolher as obras, que em 1891 foram expostas em Paris.
A partir daí, sua fama cresceu e se espalhou. Hoje, os quadros de cores fortes, onde predominam o azul, amarelo, verde e laranja estão entre os mais caros do mundo. É considerado como o segundo maior pintor holandês de todos os tempos, ficando atrás apenas de Rembrandt.
Quem foi Vincent Van Gogh
Vincent Willem van Gogh nasceu em 30 de março de 1853, em Groot-Zundert, Holanda. Seus pais foram um pastor local, de nome Theodorus van Gogh e uma artista, chama Anna Cornelia Carbentus.
Foi da figura a materna, conhecida pelo temperamento difícil, que o holandês herdou o talento para a pintura, apreço pela natureza, pelas técnicas de aquarela e desenho.
Aos 15 anos, sua família passou por grandes dificuldades financeiras, fazendo com que ele tivesse que abandonar os estudos. Porém, nesta época ele já dominava, além da sua língua nativa, o inglês, o alemão e o francês.
Seu primeiro trabalho foi na empresa de um tio, que trabalhava com arte. Cerca de cinco anos depois foi transferido para Londres, onde começou a trabalhar na Galeria Goupil.
O novo país o deixou apaixonado. Encantou-se pelas galerias de arte inglesas e passava seus dias livres dentro delas. Entrou em contato com as obras de George Eliot e Charles Dickens, de quem se tornou um grande fã.
Ao longo de toda a vida, ele ficou conhecido pelos relacionamentos amorosos complicados. A primeira decepção, no entanto, veio neste período. Van Gogh se apaixonou por Eugénie Loyer, filha da dona da casa em que morava. Não correspondido, ele passou por grande sofrimento.
Outras ocupações foram como professor em uma escola metodista, em que dava aulas apenas para meninos. Na esperança de seguir o mesmo caminho do pai, passou um ano se preparando para realizar exame de admissão na Escola de Teologia, em Amsterdã.
Contudo, não foi aceito porque recusou a fazer a prova em latim, língua que ele considerava “morta” e de pessoas pobres.
Início da carreira artística
Somente em 1880 ele decidiu retornar para Bruxelas com o objetivo de iniciar sua carreira artística. Embora ele não tivesse formação na área, pode contar com o apoio financeiro de seu irmão mais novo. Theo van Gogh trabalhava como comerciante de arte.
A atração de mulheres problemáticas teve seu auge nessa época. Viveu uma grande paixão pela prostituta alcoólatra Clasina Maria Hoornik. Eles foram morar juntos e ela passou a ser, além de sua amante, companheira e musa.
Porém, o relacionamento foi curto. Ela voltou a se prostituir e a família do pintor, compadecendo de seu estado depressivo, o pressionou para colocar fim ao relacionamento e deixar Haia.
Em setembro de 1882 ele partiu para Drenthe, um pequeno distrito holandês, pouco habitado. Percorreu inúmeros locais pintando paisagens e moradores locais. A experiência foi fundamental para que ele recuperasse o equilíbrio emocional.
Cerca de três anos depois, em 1885, ele deu início ao quadro que foi considerado sua primeira obra-prima, ” Os Comedores de Batata”.
Vida conturbada na França
Em 1886 ele decidiu trocar a Holanda pela França. Foi morar em Paris, onde ficou hospedado na casa do irmão mais novo, Theo.
Foi na capital francesa que ele entrou em contato com o impressionismo pela primeira vez, encantando-se pela cor e luz característicos do movimento. Teve a oportunidade de aprender com Pissarro e Henri de Toulouse-Lautrec.
Ao conhecer e se apaixonar pela arte japonesa passou a alimentar o sonho de ir para o país Asiático. Toulouse-Lautrec disse a ele que a luz de Arles, no sul da França, era como no Japão. Em 1888 ele tomou um trem rumo à comuna francesa.
Passou a viver na casa que ficou conhecida como “pequena casa amarela”. Ao invés de comprar comida, gastou todo seu dinheiro com materiais de pintura. Sua alimentação se restringia a pão, café e absinto. Logo começou a se sentir fraco e doente.
Padeceu, não apenas de mazelas físicas. Sua saúde mental estava cada vez mais fragilizada. Há relatos de que nesta época ele comia as tintas e tomava solvente, o que o deixava ainda pior.
Preocupado com o irmão, Theo enviou o também pintor Paul Gauguin para verificar as condições de Van Gogh e passar um tempo com ele. Cerca de um mês depois eles de desentenderam, culminando em longas discussões.
Certa noite, depois de uma briga Gauguin saiu de casa e Van Gogh foi atrás dele. Ao olhar para trás Vincent estava segurando uma navalha, a mesma que usou para cortar a própria orelha.
Depois de fazer isso, embrulhou o órgão em um pedaço de pano e foi para um prostíbulo, onde ofereceu o pacote para uma das mulheres, pedindo para que cuidasse do embrulho com muito cuidado.
Foi encontrado em seu quarto na manhã seguinte e encaminhado ao hospital Hôtel-Dieu. Seu irmão chegou no natal para visitá-lo. Ainda que ele estivesse fraco e tendo convulsões por conta da grande perda de sangue, os médicos garantiram a Theo que ele sobreviveria.
Saiu do hospital em 7 de janeiro de 1889. Passou a viver em completo estado depressivo, completamente solitário. Tentou, em vão, encontrar refúgio em pinturas que retratavam a natureza.
Foi encaminhado para uma nova internação, saindo durante o dia para pintar na casa amarela e regressando durante a noite. No mesmo ano ele se voluntariou para se internar em um manicômio em Saint-Rémy-de-Provence, onde começou a pintar nos jardins.
Em novembro daquele ano recebeu um convite para participar de uma exposição em Bruxelas, para a qual ele enviou seis obras.
Morte de Van Gogh
Em 31 de janeiro de 1890 nasceu o primeiro filho de Theo e sua esposa, Johanna. O menino recebeu o mesmo nome que seu tio.
Na mesma época o pintor mudou-se para Auvers para ser tratado pelo Dr. Paul Gachet. Theo, a esposa e o filho foram visitar Van Gogh. Mais uma vez preocupado com a situação do irmão ele o aconselhou a ser mais cuidado com o dinheiro.
Pensando que o apoio do irmão estava chegando ao fim e que este estava desinteressado em vender seus quadros, Vincent se desesperou.
No dia 27 de julho de 1890 saiu para pintar. Porém, neste dia saiu de casa com uma pistola carregada. Deu um tiro no peito, que não o matou na hora, mas provocou ferimentos suficientes para colocar fim à sua vida dois dias depois, apesar dos cuidados médicos.
Vincent Van Gogh faleceu em 29 de julho de 1890, aos 37 anos, nos braços do irmão, que, fragilizado pelo acontecimento e pela sífilis, faleceu seis meses depois. Ambos estão enterrados no cemitério de Auvers.
Curiosidades sobre Van Gogh
A vida de Vincent Van Gogh, apesar de curta, foi muito intensa e sofrida. Ele acabou vencido pela luta contra vários distúrbios mentais, porém, deixou um legado sem medidas para a arte mundial. Boa parte de sua história ficou registradas nas mais de 800 cartas que ele trocou com sua família e amigos.
Em 2017 sua história foi contada por meio do primeiro longa pintado à mão do mundo. O filme “Com amor, Van Gogh” retrata os último anos do pintor em mais de 65 mil frames de pintura a óleo feitas por mais de 120 artistas. A obra foi indicada ao Oscar de maior animação daquele ano.
A carreira do holandês durou aproximadamente dez anos. Isso porque ele começou a pintar apenas aos 27. Curiosamente, durante este período ele vendeu apenas um quadro. Intitulado “Vinhedo Vermelho” a peça foi arrematada na Bélgica por 400 francos.
Um de seus quadros icônicos, “Noite Estrelada” foi pintado durante sua estadia no manicômio de Saint-Remy-de-Provence, na França. Desde 1941 a obra está na coleção do Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York.
Outros três membros da família do pintor tiveram o mesmo nome que ele, Vincent Willem van Gogh. Seu irmão mais velho, que faleceu enquanto bebê, seu avô e seu sobrinho, filho do irmão Theo.
Principais obras de Van Gogh
- Os comedores de batatas (1885)
- Caveira com cigarro acesso (1886)
- A ponte Debaixo de Chuva (1887)
- Natureza morta com absinto (1887)
- A italiana (1887)
- A vinha encarnada (1888)
- A casa amarela (1888)
- Autorretrato como artista (1888)
- O terraço do café em Arles à noite (1888)
- Quarto em Arles (1888)
- Girassóis (1888)
- O velho moinho (1888)
- Vista de Arles com Lírios (1889)
- Noite Estrelada (1889)
- O Escolar (1889)
- Oliveiras (1889)
- Autorretrato com orelha enfaixada (1889)
- Vista de Arles, Pomar em flor (1889)
- A Igreja de Auvers (1890)
- Campo de trigo com corvos (1890)
- Retrato do Dr. Gachet (1890)
Frases de Van Gogh
Acredito cada vez mais que não se deve julgar o bom Deus por este mundo, pois foi um estudo dele que saiu errado.
O resultado do pensamento não tem de ser o sentimento mas a atividade.
Procura compreender o que dizem os artistas nas suas obras-primas, os mestres sérios. Aí está Deus.
O amor é eterno – a sua manifestação pode modificar-se, mas nunca a sua essência… através do amor vemos as coisas com mais tranquilidade, e somente com essa tranquilidade um trabalho pode ser bem sucedido.
Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar.
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