Você sabe por que o 'eu' em inglês é sempre escrito maiúsculo?
Entenda por que "I", mesmo no meio das frases, é escrito em letra maiúscula, mas o mesmo não vale para outros pronomes.
Embora pareça natural para falantes de inglês, a prática de capitalizar o pronome “I” é incomum e coloca o inglês em uma posição única entre as línguas. Enquanto línguas germânicas e românticas adotam convenções para capitalizar substantivos próprios, o inglês distingue-se por insistir na capitalização do pronome pessoal. A origem dessa prática é tanto fascinante quanto um pouco acidental.
Na Antiguidade e no inglês médio, “eu” era frequentemente grafado como “ic” ou “ich”, sem capitalização, influências da língua alemã. Com mudanças fonéticas e a perda do “c/ch”, surgiu o “i” minúsculo que, por questões de legibilidade, começou a ser escrito como “I” maiúsculo por volta do final dos anos 1300.
A razão para a perpetuação dessa capitalização é dupla: por um lado, a forma minúscula “i” é difícil de ler e, por outro, o “I” maiúsculo simboliza a importância do escritor, marcando uma expressão de ego ou individualidade de maneira que outras línguas não fazem. Curiosamente, apesar das regras de capitalização se solidificarem apenas no século XVIII, a capitalização de “I” se manteve como uma exceção, destacando o pronome em um mar de minúsculas e atribuindo-lhe um peso significativo.
Após a invenção da prensa móvel no século XVIII, enquanto outras convenções de capitalização se desenvolveram, o “I” manteve sua posição privilegiada como o único pronome pessoal a ser capitalizado, devido à sua singularidade como pronome de uma única letra. A existência de outra palavra de letra única em inglês, “a”, não gera a mesma discordância visual que o “i” minúsculo, reforçando a singularidade da capitalização de “I”.
Na era digital, algumas convenções de capitalização estão retrocedendo, levantando questões sobre o futuro da capitalização de “I” em comunicações informais, como e-mails e mensagens instantâneas. Interessantemente, enquanto o “I” ainda mantém seu destaque em letra maiúscula, pronomes pessoais como “me” não são agraciados com a mesma honra, suscitando curiosidade sobre essa diferenciação. “Me”, embora crucial na expressão da identidade pessoal, não compartilha dessa singularidade visual ou estrutural, sendo facilmente distinguível em sua forma minúscula.
Apesar disso, a prática de capitalizar o “I” permanece um lembrete da evolução linguística que o inglês atravessou, oferecendo uma janela para o passado e reflexões sobre como as línguas se adaptam e evoluem com o tempo.
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