Alarmante! País bate recorde em pedidos de demissão
Em média, a cada três desligamentos, um foi realizado por livre e espontânea vontade. Saiba os fatores que contribuem para essa decisão.
Foi registrada uma elevação no número de demissões nos últimos 12 meses até julho. As pesquisas mostram que cerca de 6,5 milhões de pessoas tem optado por trilhar esse caminho, dentre as quais há um grande número de trabalhadores com carteira assinada. Trata-se de um novo recorde nos registros, apesar de haver conhecimento sobre a grande dificuldade em retornar para o mercado de trabalho e o elevado índice de desemprego.
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Esse número pode ser representado por aproximadamente 32,4% do total de desligamentos de trabalhadores no período mencionado. Em outras palavras, a cada três desligamentos, um foi realizado por livre e espontânea vontade.
Os dados revelados pela pesquisa foram descobertos pela LCA Consultores, que fez uso de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Essa base de dados é responsável por realizar a contagem de carteiras assinadas no território brasileiro. As análises que resultaram na descoberta do recorde possuem dados do período de janeiro de 2020, início da série histórica do Caged, com o novo método de contagem de vagas utilizado atualmente.
Ao olharmos para julho de 2021, e efetuarmos uma comparação com este ano, veremos que ocorreu um aumento de aproximadamente 42,5% quanto ao número de demissões no acumulado de 12 meses.
Informações mensais
No mês de julho, foram registrados números próximos a 588.807 demissões, os quais equivalem a uma média de 35,3% do resultado final das demissões registradas por intermédio do Caged no mês de julho (1.667.635). Esse registro é inferior apenas ao mês de março, que apresentou 603.136 demissões.
Mas, se ainda realizarmos um comparativo entre o mês de julho do ano passado e colocarmos ao lado os registros encontrados neste ano, encontraremos um aumento de 31%.
Realidade dos Estados brasileiros
O levantamento também mostrou a realidade de alguns estados brasileiros dentro do mesmo período. São Paulo foi um dos estados que conseguiu manter-se no topo dos registros relacionados ao maior número de demissões. Isso porque o estado carrega o título de ser um dos que mais emprega no país.
Qual será a razão disso tudo?
Segundo o economista Bruno Imaizumi, um dos responsáveis por encontrar os registros da pesquisa, durante a pandemia, um grande número de pessoas, na hora do desespero, acabou aceitando qualquer oportunidade que surgiu, sem levar em conta qualquer afinidade com suas formações. Diante disso, passados os efeitos da pandemia, esse se tornou o momento certo para renunciarem a seus cargos e irem à procura de novas oportunidades, mas dessa vez que condizem com seu ramo de formação.
Ele ainda acrescenta que o retorno para o emprego presencial também pode ser um fator contribuinte para esses resultados. “Com isso, para os trabalhadores que viram que essa modalidade não é benéfica em termos de qualidade de vida, essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em vez de pegar trânsito todos os dias”, aponta.
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