Herpetofauna – Coral verdadeira e coral falsa

Serpentes listradas, verdadeiras ou falsas?

O nome cobra-coral na verdade é usado para designar serpentes de pequeno porte da família Elapidae.

A principal característica dessas serpentes é sua coloração listrada que pode variar entre vermelho com preto, branco e/ou amarelo.

Habitat

Vivem escondidas embaixo de árvores e troncos, no meio da folhagem, pedras, buracos, têm hábitos noturnos e não são serpentes que atacam repentinamente.

No Brasil, geralmente são encontradas nas florestas das regiões Sul e Sudeste. Também já foram encontradas no Paraguai, Uruguai e América Central.

Alimentação

A alimentação dessas serpentes é baseada em pequenos répteis, pequenos anfíbios e, até mesmo, outras serpentes.

A coral verdadeira é venenosa?

As corais verdadeiras são peçonhentas, ou seja, venenosas. Ela é conhecida como a serpente mais venenosa do Brasil, e pode até mesmo ser comparada às najas.

Um indivíduo adulto de coral verdadeira tem peçonha suficiente para matar um boi de 500 quilos. O veneno que ela inocula na presa se espalha com muita facilidade pelo corpo da vítima e atinge o sistema nervoso.

Nos humanos esse veneno pode causar problemas respiratórios, fechamento involuntário dos olhos, dormência e pode levar um humano adulta à morte em poucas horas. O tratamento deve ser realizado com soro antielapídico imediatamente após a picada.

Coral verdadeira – Calliophis bibroni
Coral verdadeira – Hemibungarus calligaster
Coral verdadeira – Micruroides euryxanthus
Coral verdadeira – Micrurus corallinus
Coral verdadeira – Micrurus diastema
Coral verdadeira – Micrurus frontalis

Picada de cobra-coral

Para inocular o veneno, a coral verdadeira necessita ficar em contato com a vítima para que a peçonha seja transferida através dos pequenos dentes inoculadores.

Corais falsas e o mimetismo

Existem algumas serpentes das famílias Dipsadidae, Colubridae e Aniliidae que são capazes de mimetizar (imitar características físicas) as corais verdadeiras. Elas usam a mimetização como método de proteção contra predadores, uma vez que nas regiões em que as corais verdadeiras estão presentes, os animais já conhecem o seu poder venenoso.

Sabe-se que a mimetização é altamente eficiente para proteção dessas serpentes já que elas, normalmente, possuem pouco ou nenhum veneno.

Coral falsa – Anilius scytale
Coral falsa – Lampropeltis triangulum
Coral falsa – Oxyrhopus melanogenys
Coral falsa – Oxyrhopus trigeminus

Qual é a diferença entre uma coral verdadeira e uma coral falsa?

A única maneira de diferenciar a coral verdadeira da coral falsa é pela dentição. A coral verdadeira possui dentição do tipo proteróglifa, ou seja, possuem dois dentes que inoculam veneno na parte anterior do maxilar superior.

Já a falsa coral pode apresentar dentição de dois tipos: opistóglifa ou áglifa. A dentição opistóglifa apresenta pouco risco para humanos por ter o dente inoculador de veneno na parte de trás do maxilar. As serpentes com dentição áglifa não possuem dente inoculador de veneno.

Muitas pessoas tentam separar as corais verdadeiras das falsas pela coloração, mas esse não é um bom parâmetro, já que as falsas podem mimetizar as verdadeiras e causar grande confusão. A única maneira segura de separar essas duas serpentes é pela dentição.

Cuidados a serem tomados

As corais atacam quando se sentem ameaçadas ou acuadas. Para evitar acidentes, alguns cuidados devem ser tomados quando estiver em locais propícios ao aparecimento dessas serpentes:

  • uso de botas de borracha ou perneiras;
  • não colocar a mão em buracos;
  • não remexer folhagens com as mãos;
  • se sentar apenas em locais verificadamente seguros;
  • se for picado, tentar manter a calma, se manter acordado e ir rapidamente ao pronto-socorro mais próximo para tomar o soro antielapídico.

Curiosidades sobre a cobra-coral

As serpentes são ovíparas, e as fêmeas têm a capacidade de armazenar o esperma do macho, sendo assim, elas podem realizar várias postura de ovos antes de se acasalar novamente com um macho.

Elas podem botar quase 20 ovos em cada vez, que em condições ótimas poderão eclodir em até 90 dias liberando as novas serpentes, que já nascem venenosas.

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