Tiradentes
Tiradentes foi um dos envolvidos na articulação da Inconfidência Mineira.
Influenciados pelos ideais iluministas, ele e seus paceiros lutaram pela independência da Capitania de Minas Gerais na época do Brasil Colônia. Foi um dos contestadores do poder que a Coroa Portuguesa desempenhava sobre a então colônia.
Recebeu tal apelido por ter exercido a função de dentista. No entanto, ele teve várias profissões, como, minerador, mascate e tropeiro.
A que mais lhe rendeu estabilidade foi o posto de alferes da cavalaria imperial, denominada de Dragões Reais de Minas (subordinada à Coroa Portuguesa).
Ele foi considerado como o mais entusiasmado do movimento, divulgando abertamente seus ideais. Mesmo preso, ele se manteve fiel a suas crenças. Chegou a ser apontado como o principal líder do movimento, o que não era real.
Tiradentes ficou conhecido por ter sido o único inconfidente a receber a pena de morte pela forca, enquanto os outros envolvidos foram expatriados.
Morte de Tiradentes
Após o fim da Inconfidência Mineira, muitos inconfidentes foram presos e interrogados. Alguns réus foram condenados à forca e outros ao exílio na África. Entre os condenados à pena de morte, estava Tiradentes.
No ano seguinte às condenações, a pena de morte deles se transformou em desterro (exílio), exceto para Tiradentes.
Joaquim José da Silva Xavier foi executado na forca e esquartejado, no dia 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro.
Sua cabeça ficou exposta num mastro erguido na principal praça de Vila Rica. Já as demais partes do corpo de Tiradentes foram colocadas na estrada que ligava o Rio de Janeiro à Capitania de Minas Gerais.
Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira foi planejada pela elite de Minas Gerais: grandes negociantes, intelectuais, parte do clero e alguns integrantes da administração da Capitania.
Além disso, grande parte da população se mostrava insatisfeita com as reformas administrativas implantadas pelo governo português, que ansiava aumentar a tributação e o controle sobre a Colônia.
A atividade mineradora estava em declínio, devido ao esgotamento de grande parte das minas da região. Visando garantir a arrecadação dos impostos sobre o ouro, a Coroa ameaçou aplicar a derrama — nome dado à cobrança de todos os impostos atrasados de uma só vez.
Se vendo prejudicada pela política econômica portuguesa, a elite de Vila Rica começou a articular, em 1789, um movimento que objetivava cancelar o pagamento dos impostos e das dívidas à Coroa e proclamar a independência da Capitania de Minas Gerais.
O intuito da Inconfidência Mineira, após conseguir a autonomia de Minas Gerais, não envolvia a libertação dos escravos.
Os inconfidentes se apoiaram nos ideais revolucionários disseminadas na Europa e na América. Os intelectuais do movimento tinham acesso aos ideais iluministas através de livros (geralmente em francês), trazidos por jovens que estudavam em universidades europeias.
O levante estava organizado para acontecer no dia da cobrança da derrama. Entretanto, Joaquim Silvério dos Reis delatou a conspiração ao governador e recebeu em troca o perdão de sua dívida.
Diversos inconfidentes foram presos e interrogados, até mesmo homens influentes estavam entre os condenados.
A sentença, proclamada em 1791 condenou onze réus à forca e sete ao exílio na África. Contudo, no ano seguinte a pena de morte de todos os envolvidos foi transformada em exílio, exceto a de Tiradentes, que se tornou o único condenado à morte.
Dia de Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier foi considerado por alguns como um dos mais entusiasmados participantes da Inconfidência Mineira.
Após sua morte, foi considerado por alguns historiadores como revolucionário e por outros como “falastrão”.
Mesmo tendo conhecimento do seu papel secundário no movimento, sua imagem foi comparada a de Jesus Cristo e a de Joaquim Silvério dos Reis, o denunciante, comparado a de Judas.
Após a Proclamação da República (1889), Tiradentes assumiu o papel de mártir da Independência. Com isso, a partir de 1890, o dia 21 de abril (data de sua morte), foi considerado feriado nacional.
Em 1965, por meio de um decreto, ele foi proclamado como patrono cívico da nação brasileira.
Saiba mais em:
- Conjuração Baiana
- O Brasil Colonial de Jean-Baptiste Debret
- Ciclos econômicos do Brasil
- As eras do trabalho escravo no Brasil – Dos engenhos às minas de ouro
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.