Alguns distúrbios do sono podem aumentar risco de AVC, aponta estudo

Dormir muito, roncar e insônia podem estar intimamente ligados a fator de risco crucial para um Acidente Vascular Cerebral.

Você ronca ou tem dificuldade para dormir? Então, preste atenção neste artigo. Um estudo publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, constatou que alguns distúrbios do sono podem estar diretamente associados a um risco aumentado de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A pesquisa levou em consideração uma ampla variedade de distúrbios do sono, como dormir demais ou ter insônia, sono de má qualidade, ronco, bufar enquanto dorme e apneia do sono. O estudo também identificou uma forte conexão entre distúrbios do sono e hipertensão, que é um dos principais fatores de risco para AVC.

Como o estudo sobre os distúrbios do sono foi feito?

Ao todo, foram analisados dados de 4.496 pessoas com média de idade de 62 anos, das quais 2.243 tiveram um AVC e foram comparadas com outras 2.253 que não haviam sofrido um derrame. Todos os participantes foram questionados sobre a qualidade do sono, quantidade de horas dormidas, cochilos diurnos, roncos e outros problemas respiratórios no sono.

Os resultados do estudo mostraram que aqueles que dormiam menos de cinco horas por noite ou mais de nove horas apresentaram uma maior incidência de AVC.

Pessoas que dormem pouco apresentaram um risco três vezes maior de ter um Acidente Vascular Cerebral do que aquelas que dormiam sete horas por noite, considerado normal pelos pesquisadores. Ademais, aqueles que dormiam nove horas tiveram o dobro do risco em relação a quem dormia sete horas.

Além disso, aqueles que tinham o hábito de tirar sonecas prolongadas durante o dia apresentaram 88% mais possibilidade de sofrer um AVC.

E quem ronca?

Roncar é uma condição relativamente comum na população. Entretanto, nem por isso é algo que não deva ser levado em consideração. Inclusive, os pesquisadores deste estudo, descobriram que os participantes que roncavam apresentavam um risco 91% maior de ter um AVC.

E não para por aí. Aqueles que tinham apneia obstrutiva do sono apresentaram um risco três vezes maior.

Mas os distúrbios do sonos são os únicos fatores?

Sabe-se que há outros fatores que influenciam na saúde de uma pessoa. Por exemplo, a falta de atividade física, alimentação ruim, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas.

O estudo levou isso em consideração e ajustou estes fatores de risco nos participantes. Entretanto, os resultados foram semelhantes, reforçando a ideia de que distúrbios do sono podem ter uma forte ligação com o AVC.

Prevenção

Segundo a pesquisadora Christina McCarthy, da Universidade de Galway, na Irlanda, “intervenções para melhorar o sono também podem reduzir o risco de derrame e devem ser objeto de pesquisas futuras”.

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