Arqueólogos descobrem bebê de 45 mil anos em caverna neandertal; veja
Na última sexta-feira (11), arqueólogos encontraram restos mortais de um bebê em uma caverna da França. A descoberta, que está intrigando a comunidade científica, pode mudar a forma como compreendemos a evolução humana.
Uma revelação surpreendente emergiu das profundezas da história na forma de um bebê neandertal de 45 mil anos, encontrado em uma caverna na França.
O achado, que consiste em um quadril assemelhando-se ao de um recém-nascido humano moderno, está mudando nossa compreensão das antigas linhagens humanas.
Detalhes sobre essa descoberta foram compartilhados em um artigo científico publicado na revista Scientific Reports na sexta-feira passada (11).
A descoberta
A caverna Grotte du Renne, situada na Europa, sempre intrigou arqueólogos por sua importância paleolítica. Sua ocupação coincidiu com o período de transição entre a ascensão dos humanos modernos e o declínio dos neandertais.
Um vasto número de ferramentas de pedra do complexo tecnocultural Chatelperronense, distintivo dessa era, foi encontrado dentro da caverna, gerando debates sobre a origem de sua produção.
Especialistas divergem sobre se os neandertais sozinhos criaram as ferramentas, se humanos anatomicamente modernos (HAM) foram responsáveis ou se houve colaboração entre ambas as espécies.
Caverna Grotte du Renne. (Imagem: Pueblopassingby/Wikipedia/Reprodução)
Curiosamente, a camada Chatelperronense da Grotte du Renne havia apenas revelado vestígios neandertais, enquanto fósseis de HAM foram identificados em outras cavernas associadas às ferramentas.
A descoberta recente acrescenta uma nova dimensão à narrativa. O quadril encontrado se diferencia tanto dos ossos de bebês neandertais quanto dos neonatos humanos modernos.
Sua forma, apesar de mais alinhada com a morfologia dos HAMs, exibe características únicas, como uma orientação ligeiramente lateral da espinha ilíaca póstero-superior.
Os pesquisadores agora acreditam que o bebê neandertal pode pertencer a uma linhagem antiga do Homo sapiens, até então desconhecida.
Tal linhagem poderia ter coexistido com os neandertais durante o período de transição do Paleolítico Médio para o Superior, entre 41 mil e 45 mil anos atrás.
Repercussões
Além de abrir os olhos da comunidade científica sobre os detalhes evolutivos, essa descoberta lança uma nova perspectiva sobre a interação entre as duas espécies.
A presença de fósseis de HAM na Grotte du Renne sugere uma coexistência com os neandertais exatamente quando a indústria Chatelperronense estava em ascensão.
Os pesquisadores especulam que os neandertais podem ter incorporado elementos dessa tecnologia após a exposição às práticas dos HAMs.
A nova evidência nos convida a repensar a narrativa da nossa história ancestral. Através dos ossos de um bebê de 45 mil anos, o passado humano ganha vida, e as linhas que separavam neandertais e humanos modernos tornam-se menos distintas.
A Grotte du Renne continua a ser um portal para a nossa história, revelando segredos há muito perdidos nos milênios atravessados pelo tempo.
Comentários estão fechados.