Cientistas podem tornar a Capa de Invisibilidade de Harry Potter uma realidade

A magia da ficção frequentemente inspira a ciência a transformar o impossível em realidade. Um exemplo vívido dessa intersecção é a atual pesquisa sobre o “manto da invisibilidade”, que parece ter sido arrancado diretamente das páginas de Harry Potter. E os cientistas estão cada vez mais próximos de tornar essa fantasia uma realidade palpável.

A inspiração para essa inovação vem da natureza. Pesquisadores das universidades chinesas de Jilin e Tsinghua desenvolveram uma ‘metassuperfície’ chamada Chimera. Ela é inspirada nas capacidades únicas do camaleão, da rã-de-vidro e do lagarto dragão-barbudo. Esses animais, mestres da dissimulação, oferecem as chaves para a mudança de cor, transparência e regulação de temperatura – elementos essenciais para a concepção de um manto da invisibilidade.

A tecnologia por trás da Chimera manipula ondas eletromagnéticas de maneira a tornar a superfície praticamente indetectável, não só à luz visível, mas também às micro-ondas e aos raios infravermelhos. Esse feito é alcançado através de circuitos estrategicamente incrustados entre capas de tereftalato de polietileno (PET) e vidro de quartzo, permitindo uma camuflagem quase perfeita em diversos ambientes – desde desertos até superfícies aquáticas.

Imagem: Reprodução

As potenciais aplicações desse manto vão além da esfera militar, abrindo possibilidades para a observação não invasiva da vida selvagem e até mesmo para a criação de espaços privados invisíveis, conforme explorado por Chu Junhao, físico da Academia Chinesa de Ciências.

Esta não é a primeira tentativa de cientistas de criarem algo que possibilidade a invisibilidade. Inúmeros estudos já foram conduzidos utilizando outras técnicas que não estão limitadas a um único campo de estudo, tendo aplicações que vão desde as telecomunicações até a camuflagem militar. Entre eles está o da empresa canadense Hyperstealth.

Embora a perfeição ainda esteja além do nosso alcance, a jornada em busca da invisibilidade demonstra um fascinante diálogo entre a ficção e a ciência. A cada passo dado, as fronteiras entre o que é real e o que é imaginado se tornam cada vez mais tênues.

* Com imagens de Eurasian Times e Wizarding World