Descolonização da África
A descolonização da África ocorreu tardiamente, no século XX. Mesmo após a independência dos países africanos, o continente continuou sendo explorado pelos europeus e seguiu enfrentando conflitos étnicos e disputas pelo poder.
A descolonização da África ocorreu durante o século XX. O continente africano (assim como as Américas do Sul, Central e Ásia) foi colonizado pelos europeus, tendo seu território utilizado como colônia de exploração.
A fragmentação do continente ocorreu com a Conferência de Berlim, na Alemanha, em 1885.
Vários países europeus fizeram parte desse evento com o objetivo de se apropriarem de regiões africanas.
Contexto histórico
A partir da Conferência de Berlim, em 1884-1885, foi definida a divisão geográfica dos territórios africanos a serem explorados.
Como consequência dessa conferência, a África foi partilhada entre os seguintes países europeus: Espanha, Inglaterra, Portugal, França, Alemanha, Bélgica e Itália.
A exploração do continente africano durou séculos, o que pode ser utilizado como justificativa para compreender a atual realidade de diversos países que compõem o continente.
Essa divisão não respeitou rivalidades étnicas, inserindo determinados grupos inimigos na mesma fronteira. O que continua provocando diversos conflitos no continente.
Dentro desse contexto de divisão arbitrária do continente africano é que se pode compreender o processo de descolonização da África, que começou a ganhar força depois da Segunda Guerra Mundial.
Causas
Já no início do século XX, os países do continente africano já deslumbravam suas independências.
Contudo, o processo de descolonização da África começou a ganhar força com o enfraquecimento das potências europeias, após a Segunda Guerra Mundial.
Momento em que a Organização das Nações Unidas (ONU) começa a pressionar os países europeus para acabarem com a colonização africana.
Ao mesmo tempo, o mundo vivia a Guerra Fria, disputada pelos Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética (socialismo).
As duas potências intervieram nos processos de independência dos países africanos com a finalidade de fazer com que os mesmos adotassem suas ideologias, objetivando explorar tais territórios.
Por isso, o enfraquecimento dos países europeus foi indispensável para a exploração do continente africano por parte dos Estados Unidos e União Soviética. Enquanto esse continente fosse colonizado, tais países não poderiam assegurar seus interesses econômicos na região.
Devido a esse fato, ambos lançaram apoio a grupos rebeldes que ansiavam a independência de seus respectivos países.
Ao mesmo tempo, começava a despertar no continente a ideia de unidade africana.
Pan-africanismo
O pan-africanismo, começou a ganhar forma principalmente a partir do século XX, é uma ideologia que visa a criação de uma identidade comum entre os africanos, promovendo a defesa dos seus direitos a fim de uni-los enquanto povo.
Esse movimento acredita que com a união de todos os países africanos, a resolução dos problemas que envolvem o racismo e questões sociais são possíveis.
Como consequência dessa ideologia, foi criada a Organização de Unidade Africana, em 1963, que tem como objetivo unir os africanos em torno da solidariedade, da soberania dos Estados africanos (econômica, política e cultural) e da eliminação do colonialismo.
William Edward Burghardt Du Bois (1868-1963) foi um dos líderes mais notáveis do pan-africanismo. Intelectual e ativista, nasceu nos Estados Unidos, onde constituiu família.
Se destacou por escrever sobre racismo e por apoiar os movimentos de independência dos países africanos, além de realizar o I Congresso Pan-Africano, em Paris, no ano de 1919.
Esse congresso tinha o intuito de discutir temas considerados importantes para povo negro. Assim como gerar o sentimento de solidariedade às populações negras colonizadas.
Resumo
Os processos de independência dos países africanos ocorreram de maneiras distintas e em momentos diferentes.
A independência desses países se concentraram, principalmente, entre as décadas de 1950 e 1980. Com exceção do Egito, que se torna um Estado independente em 1922.
Entre as décadas de 1950 e 1960, quase 30 países se tornaram independentes e passaram a contribuir com o processo de descolonização do restante do continente.
O Reino Unido cria o Commonwealth, que é uma organização composta por quase todas as suas ex-colônias. O objetivo era continuar mantendo-as como aliadas.
A França, Espanha e Portugal denominam suas ex-possessões como “províncias ultramarinas”.
Portugal foi o último país europeu a conceder a independência a suas colônias. As décadas de 1960 e 1970 são caracterizadas por duros conflitos entre elas e o país colonizador.
Tais confrontos só foram resolvidos com a Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal no ano de 1974, que declarou a independência das colônias africanas pertencentes a Portugal.
Pós-independência
Os conflitos travados pela independência ocasionaram milhares de mortes e muitas destruições nos países africanos.
O fato de grupos étnicos historicamente rivais ocuparem a mesma fronteira fez com que, mesmo após a independência, a maioria dos países africanos vivessem uma guerra civil.
A interferência dos Estados Unidos e da União Soviética alimentou a rivalidade de vários grupos que ansiavam ocupar o poder.
Visando manter os recém países independentes como aliados, os antigos colonizadores se tornam sócios e compradores de matérias-primas.
Com isso, o continente africano ainda sofre duramente as consequências da exploração europeia.
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