'Escolas deveriam focar somente na educação, não no comportamento', diz ex-diretora

Justin Baeder usou vídeos postados no TikTok para dar “conselhos” a administradores de instituições educacionais que, segundo ele, estão focando no tema errado.

Em vídeo que viralizou no TikTok, um ex-diretor, professor e especialista em educação chamado Justin Baeder criticou o que ele chama de “cultura do comportamento business” nas escolas.

Segundo o especialista, os administradores de escolas estão voltando o foco das instituições ao comportamento dos alunos, desfocando a educação em si. Com isso, também conforme o que ele disse, os professores perderam o foco no ensino para fiscalizar o comportamento dos alunos em sala de aula.

Baeder argumenta que as escolas precisam parar com o “teatro do comportamento” em que supostamente estão inseridas, focando exclusivamente na educação.

“As escolas precisam pensar seriamente em sair do “negócio do comportamento” porque, honestamente, muito do que as escolas estão fazendo para tentar melhorar o comportamento dos alunos é realmente um teatro de comportamento”, disse ele.

Ainda segundo o professor, a maioria dos protocolos de contenção de alunos indisciplinados e/ou violentos é ineficiente na escola, uma vez que esses indivíduos precisam de acompanhamento psicológico.

Justin Baeder afirmou que entende que diretores, educadores de apoio e professores se sintam responsáveis por tentar apaziguar o ambiente escolar, mas isso seria totalmente vão e vazio de eficácia.

“Não há muitas evidências de que isso [tentar ajustar o comportamento dos alunos] realmente funcione e um tipo de manifestação bizarra disso é se você olhar para as escolas que contrataram um monte de novos funcionários para lidar com o comportamento”, comenta ele.

Ele prossegue dizendo que as escolas que mais contratam terapeutas, psicólogos e outros profissionais do tipo demonstram baixos indicadores educacionais, além de não verem os problemas de comportamento serem resolvidos.

Como consequência de tudo isso, os alunos que desejam aprender algo na escola ficam prejudicados e desassistidos, conforme os argumentos de Justin Baeder.

O que fazer com o mau comportamento de alguns alunos?

Para Justin Baeder, em vez de implementar programas de supressão ao mau comportamento de alunos, diretores e professores devem criar regras contra o mau comportamento (se elas não existirem) e certificar-se de que elas serão postas em prática.

O educador afirma que de nada adianta um aluno ter todo acompanhamento comportamental possível se ele não estiver seguindo o que ele chama de “regras antigas” à risca.

As opiniões de Baeder nesse sentido fazem conexão com as de Teresa Kaye Newman, outra professora que é partidária do entendimento de que os estudantes precisam ser responsabilizados por seus atos.

De acordo com Newman, ela tem notado que muitos alunos têm “comandado” as escolas onde estudam e isso tem um motivo bastante claro.

Ela aponta que muitos desses alunos mal comportados já chegam à escola doutrinados. Ou seja, pais e responsáveis estão instruindo seus filhos de forma errada, o que resulta numa falta de respeito para com os professores, diretores e o ambiente escolar em si.

Na outra ponta, os administradores das escolas ficam temerosos em aplicar regras mais rígidas e acabar entrando em confrontos. Nisso, o ciclo se retroalimenta.

Por fim, a educadora exorta os pais dos alunos, bem como aos educadores e administradores educacionais. Para ela, é necessário que a escola faça sua parte de impor regras rígidas, mas que também é fundamental que os pais ensinem seus filhos a obedecer aos professores, mantendo a mesma linha de rigidez.

É inútil que as escolas tentem organizar o ambiente educacional quanto, em casa, os alunos recebem instruções opostas. De qualquer forma, a disciplina é fundamental para a aprendizagem e, portanto, não se pode abrir mão dela.

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