Antes de começarmos a estudar as eudicotiledôneas precisamos recordar alguns conceitos.
Por que usar eudicotiledôneas e não dicotiledôneas?
Antigamente, as angiospermas foram divididas em monocotiledôneas e dicotiledôneas. No entanto, após estudos filogenéticos moleculares, descobriu-se que nem todas as plantas classificadas como dicotiledôneas eram monofiléticas, ou seja, nem todas tinham o mesmo ancestral comum.
Sendo assim, elas foram divididas em dois grupos: as eudicotiledôneas (o prefixo “eu-” significa “verdadeiro”), do clado Eudicotyledoneae e as magnoliídeas, plantas basais do clado Magnoliids que não se encaixam nem em monocotiledôneas, nem em eudicotiledôneas.
As magnoliídeas apresentam características mais primitivas, elas incluem espécies como louro, pimentas e as magnólias.
Portanto, atualmente os termos corretos sugeridos pelo Angiosperm Phylogeny Group (APG) para a classificação de angiospermas são: monocotiledôneas, eudicotiledôneas e magnoliídeas.
Você sabe o que é um cotilédone?
Os cotilédones são os primórdios de folhas de um embrião. Eles podem desempenhar várias funções como: reserva, órgão fotossintético e também absorção de água e nutrientes.
São os cotilédones que nutrem a nova planta até a formação das primeiras folhas verdadeiras, posteriormente eles são reabsorvidos, servindo como fonte de nutrientes.
Sendo assim, temos as plantas que possuem apenas um cotilédone, chamadas monocotiledôneas, e as que possuem dois cotilédones, chamadas de eudicotiledôneas.
Eudicotiledôneas
As eudicotiledôneas, conhecidas também como “eudicots”, são um grupo monofilético onde os indivíduos possuem dois cotilédones no embrião.
Esse é o maior grupo das angiospermas, consequentemente, também é o com maior diversidade morfológica e anatômica.
Na maioria das eudicotiledôneas, os cotilédones são grandes, carnosos e armazenam nutrientes que serão utilizados para obter energia durante a germinação. Isso acontece porque a maior parte das reservas do endosperma são absorvidas pelos cotilédones durante o desenvolvimento do embrião.
No entanto, existem exceções que apresentam endosperma desenvolvido, por exemplo, as mamonas. Nesse caso, os cotilédones são membranáceos e delicados e só farão a absorção das reservas do endosperma durante o crescimento do embrião.
Além dos dois cotilédones, veja algumas características básicas para as eudicotiledôneas:
- Elas podem apresentar crescimento secundário;
- As nervuras têm padrão diversificado, normalmente ramificado, do tipo peninérvea;
- Os elementos florais são em múltiplos de quatro ou cinco, frenquentemente pentâmeras;
- Os feixes vasculares estão distribuídos em forma de anel;
- As raízes são pivotantes, ou seja, tem uma raiz principal e outras secundárias derivadas dela;
- Os grãos de pólen são do tipo tricolpado ou derivado dele.
São exemplos de eudicotiledôneas: feijão, manga, margarida, girassol, soja, roseiras, morango, abóbora, pepino, tomate, berinjela, pimentão, entre muitas outras plantas.
Crescimento em espessura das eudicotiledôneas
As eudicotiledôneas podem ter crescimento secundário através do felogênio e do câmbio vascular, os meristemas responsáveis pela formação da periderme e do xilema e floema secundários, respectivamente.
A atividade desses meristemas secundários é que aumenta o número de células fazendo com que os órgãos, caules e raízes, cresçam em espessura.
Diferenças entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas
Você pode baixar esse quadro em PDF para estudar clicando aqui.
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