Existe horário ‘certo’ para treinar? Ciência tem a resposta

A busca incessante por resultados rápidos na sociedade moderna muitas vezes nos leva à ansiedade e à intolerância ao esforço. Uma questão que surge nessa jornada é se existe um horário ideal do dia para se exercitar, colhendo de maneira mais eficiente os frutos do esforço físico. Afinal, a ciência aponta para algum momento específico em que os benefícios da atividade física são otimizados?

Antes de qualquer coisa, é vital entender que o nosso corpo opera em torno de um relógio biológico de 24 horas, conhecido como ritmo circadiano, que regula nossos ciclos de sono e vigília.

Este ritmo é orquestrado por uma pequena estrutura cerebral, o núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo. A interação desses ritmos diários pode influenciar as respostas do corpo ao exercício físico. Mas será que essas respostas variam significativamente ao longo do dia?

Estudos sistemáticos e meta-análises têm investigado o impacto do horário dos treinos em aspectos como força, hipertrofia muscular, saúde e metabolismo.

Com base nessas pesquisas, podemos entender melhor se o momento do dia realmente influencia o desempenho e os resultados da prática esportiva.

Imagem: Freepik/reprodução

Força e hipertrofia muscular

Comparações entre treinos realizados pela manhã, das 7 às 9h, e à tarde ou noite, por volta das 17h e 18h, revelam que o aumento de massa muscular é similar. Ou seja, o horário da prática pouco importa.

A força também não é impactada pelo horário do treino, o que aponta para a possibilidade de obter ganhos consistentes em qualquer período.

Parâmetros de saúde, como percentual de gordura e saúde cardiovascular, também não apresentam variações significativas em relação ao horário de exercício.

No entanto, há evidências de que treinar no mesmo horário do teste de desempenho pode aprimorar o rendimento, especialmente para atletas de elite.

Respostas metabólicas

Pesquisadores britânicos avaliaram como o horário do exercício afeta as respostas metabólicas, glicêmicas e insulínicas.

Os resultados indicam que não há impacto significativo relacionado ao horário da atividade física. Portanto, recomenda-se praticar exercícios em qualquer momento conveniente do dia. Ou seja: sem neurose sobre hora certa.

A escolha pessoal do horário

Para muitos, as limitações de tempo ditam o momento do treino. A prioridade deve ser a disponibilidade e a preferência pessoal, tornando a atividade prazerosa e, assim, mais fácil de integrar à rotina. A melhor hora para se exercitar é aquela em que você se sente motivado e capaz de realizá-la.

Concluindo, embora algumas pesquisas promovam horários específicos para maximizar certos resultados, a ciência não evidencia um horário superior para todos em termos de saúde ou desempenho. Cada pessoa deve encontrar seu próprio momento ideal, considerando suas necessidades e estilo de vida.