Expectativa de vida em queda: entenda a nova tendência mundial
Estudo revela desafios futuros para a longevidade global, destacando estagnação e a necessidade de intervenções biomédicas.
Nos últimos tempos, o crescimento da expectativa de vida global não manteve o ritmo acelerado do século 20. Uma análise recente indica uma estabilização na longevidade, tornando improvável alcançar cem anos de vida sem avanços biomédicos significativos.
Conduzido por cientistas dos EUA e publicado na revista científica Nature Aging, o estudo investigou dados de países onde as populações têm maior longevidade e revela que os avanços desaceleraram entre 1990 e 2019.
A pandemia de Covid-19, que em 2020 reduziu a expectativa de vida em vários países, não foi considerada na pesquisa.
Tal exclusão visou a precisão dos dados relacionados à tendência das últimas décadas, já que a pandemia foi uma situação excepcional.
Longevidade humana pode chegar a um limite, se não houver avanços biomédicos – Imagem: reprodução
Hong Kong lidera com expectativa de 85,5 anos. Japão, Coreia do Sul e Suíça também figuram entre as nações com maior longevidade. Entretanto, apenas a Coreia do Sul e Hong Kong mantiveram crescimento de três anos por década.
Longevidade: fatores determinantes
Antigamente, a redução da mortalidade infantil impulsionava a longevidade. Hoje, mudanças no estilo de vida e tecnologia médica são cruciais.
O gerontologista Stuart Jay Olshansky destaca a necessidade de intervenções na velhice para novos avanços.
Projeções futuras
-
Alcançar expectativa de 110 anos exigiria que 70% das mulheres do mundo vivessem até 100 anos;
-
Mesmo sem mortalidade até os 50 anos, a expectativa média seria de 90 anos para mulheres e de 85 anos para homens.
-
No Japão, aumentar de 88 para 89 anos a expectativa de vida feminina demandaria a redução de 20% na mortalidade geral.
O “teto” biológico
Pesquisadores sugerem que países com alta expectativa de vida já atingiram um “teto” biológico. No entanto, locais como o Brasil, com expectativa de 76,5 anos, ainda podem avançar mais nesse número.
Para as nações com expectativa de vida já no limite, novos desenvolvimentos biomédicos são possíveis, mas ainda não parecem estar tão próximos a ponto de afetar a média de expectativa de vida de modo concreto.
Comentários estão fechados.