Funcionária é demitida por comer hambúrguer que ia para o lixo, mas ganha indenização de R$ 257 mil
Funcionária do Mercadona é demitida após comer hambúrguer descartado. Justiça considera atitude injusta e determina indenização de R$ 257.853,22.
Em novembro de 2021, um caso inusitado aconteceu na Comunidade Valenciana, na Espanha. Uma funcionária veterana de um renomado supermercado foi demitida por comer um hambúrguer destinado ao lixo. O episódio gerou polêmica e foi parar na Justiça.
O ocorrido teve como cenário a seção “Pronto para Comer” do Mercadona, após o fechamento da loja. A funcionária foi surpreendida pelo gerente enquanto consumia um hambúrguer que já estava categorizado para descarte. O alimento, avaliado em 3 euros, cerca de R$ 17, foi considerado sem valor comercial pela Justiça.
A demissão, fundamentada como infração muito grave, foi questionada pela funcionária. Após um processo de conciliação mal-sucedido, o caso foi levado ao Tribunal Social de Benidorm, que julgou a dispensa injusta e determinou uma indenização significativa.
Contexto da demissão
Foto: Shutterstock
O episódio ocorreu no dia 12 de novembro de 2021, aproximadamente às 22h05. Com a loja já fechada ao público, a funcionária foi vista pelo gerente consumindo um hambúrguer. Questionada, ela explicou que estava comendo um produto que seria descartado.
Quatro dias depois, em 16 de novembro, a coordenadora da área redigiu um relatório reconhecendo os fatos. Em 18 de novembro, a notificação da demissão foi entregue à funcionária, que trabalhava há 19 anos no Mercadona.
O Mercadona defendeu que o ato constituía apropriação indébita, uma vez que a funcionária conhecia a proibição de consumir produtos não pagos. A empresa recorreu ao Tribunal Superior de Justiça da Comunidade Valenciana após a primeira decisão judicial.
A Justiça, porém, argumentou que o hambúrguer, por ser destinado ao lixo, não representava valor comercial. Assim, o ato não foi considerado furto ou apropriação indébita. O tribunal declarou a conduta como infração leve, contrariando a classificação de infração muito grave.
Indenização e consequências
Com a decisão do tribunal, o Mercadona recebeu duas opções: reintegrar a funcionária, com pagamento retroativo dos salários, ou indenizá-la. A empresa optou pelo pagamento da indenização, no valor de R$ 257.853,22.
O caso destaca a importância de uma análise cuidadosa nos processos de demissão. A decisão sublinha que, mesmo para infrações disciplinares, deve-se considerar o contexto e as circunstâncias envolvidas.
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