Governo Dilma Rousseff (2011-2016)
O governo de Dilma Rousseff iniciou em 2011 e teve seu fim em 2016, através de um processo de impeachment.
Dilma Rousseff foi a primeira mulher a ocupar o posto de presidente do Brasil. A 36° presidente do país foi eleita em outubro de 2010 e empossada no dia 1° de janeiro de 2011.
Em outubro de 2014, foi reeleita para o segundo mandato. Entretanto, acusada de improbidade administrativa, não o completou devido ao processo de impeachment.
Biografia de Dilma Rousseff
Dilma Vana Rousseff nasceu no dia 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Criada em um ambiente de classe média alta, participou durante o ensino médio de atividades políticas do movimento belo-horizontino.
Com menos de 18 anos já combatia a ditadura militar instaurada no Brasil em 1964.
Formação de Dilma Rousseff
Em 1973, ingressou na faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e se formou no ano de 1977.
Chegou a cursar o doutorado em Economia na Universidade Estadual de Campinas, mas não o concluiu devido às atividades políticas.
Trajetória política de Dilma Rousseff
No início da década de 1970 foi presa ao ser considerada subversiva pelo regime militar.
Em 1979, participou da campanha pela anistia dos presos políticos da ditadura e fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), no estado do Rio Grande do Sul.
Dilma foi secretária da Fazenda (1986–1988) e secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul (1993–1998).
Em 2003, torna-se ministra de Minas e Energia, já filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e cria o programa “Luz para Todos”, que visava levar energia elétrica a todos os lugares do Brasil, incluindo os mais remotos.
Em 2005, ocupa o cargo de Ministra da Casa Civil, onde fica até o ano de 2010. Nesse cargo ela assume o Programa de Aceleração do Crescimento e o Minha Casa, Minha Vida. Ambos considerados a base do governo Lula.
Em 2010, concorre às eleições presidenciais e vence com mais de 56% dos votos, tornando-se a primeira mulher presidente do Brasil.
Governo Dilma Rousseff
Durante o primeiro ano do governo Dilma Rousseff, a crise externa mundial e a insuficiência de investimentos internos contribuíram para que a economia brasileira crescesse somente 2,7%.
Em 2011, funda a Comissão Nacional da Verdade para investigar o desrespeito aos direitos humanos entre os anos de 1946 a 1988.
Ao final das apurações, dois anos depois, concluiu-se a identificação de 434 vítimas do regime militar, a qual orientou penalidades aos transgressores.
Em 2013, iniciou-se uma queda na atividade econômica mesmo com o governo lançando estímulos fiscais e financeiros para impulsionar a economia. A desaceleração econômica cresceu junto a insatisfação popular.
Com isso, nesse mesmo ano, ocorreram as conhecidas Manifestações de Junho em várias cidades do país.
Dentre as reivindicações, estavam os baixos investimentos nas áreas da saúde e educação, a corrupção, violência policial e os gastos exorbitantes com a Copa do Mundo.
As características dessas manifestações, eram:
- Presença maciça de jovens entre os manifestantes;
- Reunião de pessoas de diferentes classes sociais;
- Utilização das redes sociais para a mobilização e organização dos protestos;
- Ausência de grandes partidos.
Ainda em 2013, Dilma lança o Programa Mais Médicos, que facilitou o ingresso de médicos estrangeiros para trabalhar nas pequenas cidades do país durante três anos.
Em setembro do mesmo ano, ela assina a Lei que direciona 75% dos royalties da exploração do petróleo e do gás natural para a educação e 25% para a saúde.
Durante o seu primeiro mandato, o país comportou importantes eventos que demandaram um expressivo gasto dos cofres públicos: a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Durante os jogos da Copa, ela aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) que estabeleceu um prazo de 10 anos para a aplicação, por parte do governo, de ao menos 10% do PIB em educação, com 7% até o 5° ano.
Em 2014, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil conseguiu sair do mapa da fome, por meio do Programa Brasil sem Miséria, que tinha como objetivo erradicar a extrema pobreza no país por meio da garantia de renda, do acesso a serviços e da inclusão produtiva, o que propiciou avanços ao Bolsa Família.
No final de 2014, iniciou-se a corrida presidencial. A disputa entre a coligação de Dilma (PT), Com a força do Povo, e de Aécio Neves (PSDB), Muda Brasil, foi acirrada.
Dilma Rousseff venceu com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% de Aécio Neves.
Seu segundo mandato começou com uma base aliada fraca no Congresso, queda no crescimento econômico, aumento da inflação, uma baixa popularidade, além de Eduardo Cunha (PMDB), seu adversário político, presidir a Câmara dos Deputados.
Impeachment de Dilma Rousseff
Para agravar a situação, Dilma foi acusada de ter cometido crime de responsabilidade fiscal. Em dezembro de 2015, Eduardo Cunha, acusado de vários crimes de corrupção e réu de um processo na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, autoriza a abertura do processo de impeachment contra a presidente.
Até a votação do impeachment, não haviam acusações de corrupção contra Dilma Rousseff.
Em abril de 2016, o Congresso aprova a continuidade do processo e o encaminha para o Senado. No mês de maio do mesmo ano, o Senado define o afastamento da então presidente por 180 dias para a conclusão do processo. Michel Temer, seu vice, assume o cargo interinamente.
No dia 31 de agosto de 2016, ocorre o impeachment de Dilma Rousseff, e Michel Temer assume o cargo de presidente do Brasil até 2018.
É importante salientar que a ex-presidente não perdeu seus direitos políticos, isto é, após o afastamento, ela poderia voltar a concorrer cargos eletivos.
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