IBGE aponta que o Brasil abriga 2,1 milhões de trabalhadores por aplicativo; confira os dados
Ainda segundo o instituto, essa atividade laboral tem aquecido a economia nacional em diversas frentes.
O levantamento realizado usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) em cooperação com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A pesquisa conta também com a ajuda do Ministério Público do Trabalho (MPT) e teve sua divulgação feita na última quarta-feira (25).
O relatório considera apenas o setor privado de serviços realizados através de aplicativos, não incluindo os setores público e militar. De qualquer forma, o estudo mostra que a categoria de profissionais de apps hoje soma cerca de 2,4% da força de trabalho brasileira.
Principais problemas indicados pela pesquisa do IBGE
Os trabalhadores por aplicativo são majoritariamente homens (81,3%) e o seu ganho em média chega a ser, em média, 37% inferior ao de trabalhadores da mesma área fora das plataformas.
Alguns dos dados apontam, por exemplo, que os trabalhadores de aplicativos indicados pelo IBGE chegam a receber cerca de R$ 8,70 por hora nas plataformas.
Em comparação ao cenário da mesma profissão fora das plataformas, os trabalhadores recebem mais: cerca de R$ 11,90 por hora trabalhada.
(Imagem: divulgação)
Além disso, os trabalhadores de aplicativos ouvidos indicaram que atuam cerca de 6,5 horas a mais por semana do que no setor privado formal. Sendo assim, totaliza cerca de 46 horas semanais de trabalho.
Mesmo assim, estes profissionais chegam a ter um rendimento 37% menor do que trabalhadores das mesmas funções fora dos apps.
Outro ponto negativo é a baixa contribuição desses trabalhadores para a Previdência, chegando ao pequeno percentual de apenas 35,7%.
Outros aspectos problemáticos, segundo a pesquisa
Conforme o estudo do IBGE, “ainda que, na grande maioria dos casos, não sejam estabelecidos vínculos empregatícios formais com as empresas que controlam tais aplicativos, há evidências de certo grau de dependência desses trabalhadores”.
Mesmo sem estabelecer uma relação de trabalho formal, os aplicativos ainda exigem que os motoristas e trabalhadores cumpram com metas e prazos estipulados.
Dessa maneira, quando tais objetivos não são cumpridos, existe ameaça de punições e até mesmo o bloqueio desses profissionais nas respectivas plataformas.
O IBGE ainda afirma que “os dados revelam, portanto, autonomia e controle limitados sobre o exercício do próprio trabalho, sobretudo para os trabalhadores plataformizados dos setores de transporte particular de passageiros e de entrega”.
Comentários estão fechados.