Impactos ambientais e tipos de poluição

Impacto ambiental é o resultado das ações humanas ou acontecimentos naturais que se manifestam através da alteração brusca do meio ambiente.

Entende-se por impacto ambiental o resultado das ações humanas ou acontecimentos naturais que se manifestam através da alteração brusca do meio ambiente, como uma erupção vulcânica, um terremoto, um processo erosivo, a construção de uma barragem, dentre outros exemplos. Em muitos casos, essa expressão aparece associada à forma com que o ser humano produz o seu espaço geográfico e impacta a dinâmica da natureza, por meio de consequências diretas e indiretas de seu trabalho.

No Brasil, o conceito de impacto ambiental é delimitado legalmente pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Segundo esse órgão, no artigo 1º da Resolução 001/86, o impacto ambiental é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”. Ainda segundo esse organismo, essas alterações caracterizam-se como impacto ambiental por afetar:

  • As condições de vida da população
  • As atividades socioeconômicas
  • Os seres vivos e seus ecossistemas
  • Os recursos ambientais e suas condições
  • Qualidade e disponibilidade desses recursos

Os impactos ambientais não necessariamente representam efeitos negativos para o ambiente. No entanto, é muito difícil avaliar exatamente a característica com que ele se manifesta, pois, muitas vezes, os efeitos são sentidos em larga escala e se expressa em uma cadeia muito complexa de acontecimentos. Além disso, determinados impactos ambientais podem levar um certo tempo para se manifestar, a exemplo do que ocorre com as alterações climáticas.

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Diante dessa realidade, torna-se necessária a realização de estudos de impactos ambientais sempre que uma obra de médias e grandes proporções é realizada, com o risco de ter a sua aprovação vetada pelo poder público. Os dois tipos mais conhecidos são o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente). Nesses relatórios, devem estar elencados e devidamente descritos, de forma imparcial e técnica, todos os impactos gerados pela execução do projeto, bem como as possíveis medidas de contrapelos a esses efeitos.

No entanto, é comum que grandes construções, empreendidos e até ações públicas resultem em severos danos ao meio ambiente, como o desmatamento desmedido, a extinção de rios e outros fatores. Dentre esses problemas, um dos mais severos, sem dúvidas, é o aumento da poluição, que se manifesta tanto em espaços naturais quanto no meio geográfico, gerando problemas que afetam tanto as populações humanas quanto toda a cadeia de seres vivos que habitam a Terra.

A poluição se estabelece em proporções tão amplas no planeta atualmente, que é possível classifica-la nos mais diversos tipos: atmosférica, fluvial, oceânica, dos solos, sonora e visual.

Poluição Atmosférica

A poluição do ar é causada pela emissão de gases considerados poluentes e partículas sólidas para a atmosfera. A consequência diretamente percebida é a alteração da qualidade de vida da população, sobretudo em grandes cidades, o que acarreta na multiplicação e agravamento de doenças respiratórias. Um outro efeito da poluição atmosférica, segundo a maior parte da comunidade científica, envolve as alterações climáticas, como a intensificação do efeito estufa e o aquecimento global.

Poluição do Ar
Poluição do Ar

Os principais “vilões” dos problemas climáticos resultantes da poluição atmosférica são os GEE’s (Gases do Efeito Estufa), que absorvem boa parte da radiação infravermelha e dificulta a dispersão do calor acumulado pela superfície terrestre para o espaço. Assim, o efeito estufa, que é um sistema natural de conservação das temperaturas do planeta, acaba gradativamente se intensificando e, com isso, tornando-se o principal fator responsável pela elevação médias das temperaturas. Com isso, além do desconforto climático, estudos vêm apontando o gradativo descongelamento das calotas polares e, com isso, a elevação do nível dos oceanos.

Poluição Fluvial

Corresponde à poluição ou alteração química da composição da água dos rios e lagos, envolvendo, também, os impactos gerados sobre as reservas subterrâneas de água doce. Os principais casos estão associados à deposição incorreta de esgotos em áreas urbanas; o depósito irregular de lixo no leito dos rios pela população ou, às vezes, até pelo poder público; o escoamento de compostos químicos utilizados na agricultura e levados pelas chuvas até os cursos d’água; o direcionamento incorreto de resíduos industriais, entre outros fatores.

Poluição nos Rios
Poluição nos Rios

Se considerarmos os fato de que todo curso d’água estabelece-se em uma bacia hidrográfica, podemos entender que a poluição desta obviamente resulta na degradação dos rios, o que se manifesta de maneira mais acentuada em áreas de grande ocupação humana. Assim, a poluição ruas, estradas e ambientes em geral acaba sendo levada pela água das chuvas em direção aos rios, poluindo-os. Não por acaso, a maior parte dos rios urbanos encontra-se poluída e totalmente inutilizável para as práticas humanas.

Poluição Oceânica

A poluição das águas oceânicas é um problema de maiores proporções do que se imagina, pois essa degradação pode resultar extinção de muitas espécies, trazendo prejuízos sobre a cadeia ecológica. Além disso, muitos seres vivos que habitam os mares produzem oxigênio a partir da absorção de gás carbônico, a exemplo dos fitoplânctons.

Em muitos casos, a poluição dos mares e oceanos acontece em virtude da própria poluição fluvial, quando os rios deságuam suas águas poluídas no litoral. Além disso, a poluição diretas dos mares em áreas costeiras e os problemas relacionados a derramamentos de petróleo também ocasionam em graves impactos ambientais.

Poluição por derramamento de Petróleo
Poluição por derramamento de Petróleo

Poluição dos Solos

A poluição dos solos afeta não tão somente os recursos utilizados para a produção agropecuária, mas também pode gerar impactos sobre o lençol freático, principalmente em áreas de grandes reservas hídricas, como os aquíferos. Em áreas de aterro sanitário, lixões e até em cemitérios, ocorre a produção de um líquido poluente altamente tóxico chamado “chorume”, que pode gerar severos problemas ambientais.

No meio agrícola, o principal tipo de poluição gerado sobre os solos acontece pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, fertilizantes e insumos agropecuários em geral. Os impactos variam entre a infertilidade do solo à sua contaminação generalizada. Em muitos casos, recomenda-se a redução na utilização desses produtos em benefício da adubação orgânica e de métodos naturais de controle de pragas.

Poluição do Solo
Poluição do Solo

Poluição Sonora e Visual

A poluição sonora e a poluição visual são quase sempre geradas e consideradas problemáticas no espaço das cidades, onde há uma grande aglomeração de pessoas.

No caso da poluição sonora, o excesso de ruídos gerados pelo trânsito e também por equipamentos eletrônicos, instrumentos empregados na construção civil e outros geram, além de um grande desconforto, fortes prejuízos à saúde humana. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o volume máximo de som tolerado pela audição de uma pessoa é 65 decibéis, um valor muito abaixo do que frequentemente se encontra em alguns espaços urbanizados.

Poluição Visual e Sonora
Poluição Visual e Sonora

Já a poluição visual é causada pelo excesso de publicidades e formas comunicativas expressas em cartazes, banners, outdoors e muitas outras formas de comunicação visual. Essa maior concentração de estímulos visuais é considerada prejudicial, tanto no que se refere ao condicionamento estético da paisagem das cidades, quanto na geração de estresse nas pessoas que vivem o ritmo das metrópoles. Não obstante, muitas cidades espalhadas pelo mundo vêm adotando severas leis para o controle da poluição visual, incluindo o município de São Paulo e outras grandes capitais mundiais.

Por Rodolfo F. Alves Pena
Mestre em Geografia

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