Jorge Amado

Com diversas obras adaptadas para o cinema, televisão e teatro, Jorge Amado é considerado o segundo autor brasileiro mais lido no mundo.

Tido como um dos autores brasileiros mais famosos, Jorge Amado atuou como jornalista, romancista político e memorialista, sendo um dos principais nomes da segunda geração do Modernismo. Suas obras já foram traduzidas para inúmeros idiomas.

Graças ao sucesso e pungência de suas obras, ocupou em 1961 a quinta cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL) e recebeu prêmios importantes como o “Prêmio Camões” em 1994 e o “Prêmio Jabuti”, o qual ganhou duas vezes, em 1959 e 1995.

Suas obras mais conhecidas são Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Capitães da Areia.

Biografia de Jorge Amado

Jorge Leal Amado de Farias nasceu no dia 10 de agosto de 1912, no distrito de Ferradas, próximo a cidade de Itabuna, localizado no sul do Estado da BahiaPassou o primeiro ano de vida na cidade Ilhéus (BA), posteriormente tendo se mudado para a capital, Salvador

Por ordem dos pais, o Coronel João Amado de Faria e D. Eulália Leal Amado, iniciou os estudos no colégio de regime interno Antônio Vieira e em seguida mudou-se para o Ginásio Ipiranga, ambos em Salvador.

Nessa época, Jorge Amado manteve contato direto com o povo regional, suas culturas, crenças e modo de vida. Esse aprendizado marcaria profundamente as obras do autor.

Foi também durante esse período que começou a desenvolver seu lado escritor e crítico ao comandar as publicações para o jornalzinho da escola, conhecido como A Luneta e que era distribuído entre colegas e familiares.

Além disso, Jorge fez parte do grêmio estudantil que publicava notícias por meio do jornal A Pátria e A Folha.

Primeiros romances

No ano de 1927, com o pensamento crítico mais desenvolvido, começa a trabalhar no jornal Diário da Bahia, além de fundar a “Academia dos Rebeldes”, grupo formado por jovens escritores que buscavam a renovação da literatura baiana.

Aos 19 anos, no ano de 1931, muda-se para o Rio de Janeiro e lá publica seu primeiro livro “O País do Carnaval”.

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“País do Carnaval”, primeiro livro de Jorge Amado publicado em 1931, quando o autor tinha apenas 19 anos de idade.

Ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro para cursar Direito, onde formou-se em 1935, mas nunca exerceu a profissão. Durante a faculdade, conheceu nomes importantes da literatura brasileira com Gilberto Freyre, Vinicius de Moraes e José Lins do Rego.

No ano de 1933 publica seu segundo livro, intitulado “Cacau”, marcando o início da sua fase mais regionalista e com críticas de caráter social. Os fatos do cotidiano da cidade de Salvador eram os temas principais, sobretudo nas obras como “Mar Morto” (1936) e “Capitães da Areia” (1937). 

Por estar fortemente envolvido na ideologia comunista, o autor foi perseguido e preso durante o regime do Estado Novo de Getúlio Vargas. Passou também um período exilado na Argentina visto a retaliação à censura sofrida em razão dos relatos crus e de denúncia presente em seus livros. 

Ao retornar para o Brasil torna-se Deputado Federal do Partido Comunista Brasileiro (PCB), no ano de 1945. 

Como político, lutou pela liberdade religiosa (visto suas fortes influências do candomblé e religiões afro-brasileiras), sendo o responsável pela criação da lei assegura a liberdade de culto religioso. 

Foi o criador da emenda que trata sobre a garantia dos direitos autorais.

Na década de 50, mais precisamente no ano de 1955, o jornalista e escritor decide se afastar da vida política e resolve dedicar seu tempo à literatura e escrita. Nesse período, publica a sua obra mais conhecida e já traduzida “Gabriela Cravo e Canela” (1958). Pela obra, foi ganhador dos prêmios Jabuti e Machado de Assis. 

Jorge Amado casou-se duas vezes. A primeira em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha. Após o divórcio, casa-se em 1945 com Zélia Gattai, com quem também dividiu experiências profissionais e teve mais dois filhos. 

Faleceu na cidade de Salvador, no dia 6 de agosto de 2001, aos 89 anos. 

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Jorge Amado com sua segunda esposa, Zélia Gattai

Principais obras de Jorge Amado

O escritor é considerado como um dos maiores representantes da segunda fase do Modernismo no Brasil. 

Suas obras são divididas em três fases: 1. são os romances baianos que retratam a vida do proletário da cidade de Salvador; 2. obras relacionadas ao período econômico brasileiro do Ciclo do Cacau; 3. marcado pelas crônicas de costumes.

Com aproximadamente 45 obras publicadas, dentre elas os mais diversos gêneros literários (romances, contos, crônicas, peças de teatro, literatura infantil e etc.), o autor já teve seus livros traduzidos para mais de 50 idiomas, tornando-o o segundo autor brasileiro mais lido, atrás apenas de Paulo Coelho. 

Algumas de suas principais obras incluem os romances:

  • O País do Carnaval (1930);
  • Cacau (1933);
  • Suor (1934);
  • Jubiabá (1935);
  • Mar morto (1936);
  • Capitães da areia (1937);
  • Terras do Sem-Fim (1943);
  • São Jorge dos Ilhéus (1944);
  • Seara vermelha (1946);
  • Os subterrâneos da liberdade (1954);
  • Gabriela, cravo e canela (1958);
  • A morte e a morte de Quincas Berro d’Água (1961);
  • Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966);
  • Tenda dos milagres (1969);
  • Tieta do Agreste (1977).
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Na imagem, a atriz Sonia Braga dá vida a um dos personagens mais emblemáticos da carreira de Jorge Amado: Gabriela Cravo e Canela

Frases mais famosas de Jorge Amado

Como pensador, jornalista, escritor crítico e político, Jorge Amado também foi o autor de frases de personalidade forte e por vezes controversas:

A sorte me acompanha, tenho corpo fechado à inveja, a intriga não me amarra os pés, sou imune ao mau-olhado…

É necessário que os países do Primeiro Mundo entendam que é preciso preservar também cidades como Salvador, não apenas Roma ou Paris.

Eu tive mais da vida do que mereci, do que pedi. Sou um homem muito feliz com a vida.

O amor eterno não existe. Mesmo a mais forte paixão tem seu tempo de vida. Chega seu dia, se acaba, nasce outro amor. Por isso mesmo o amor é eterno, porque se renova. Terminam as paixões, o amor permanece.

A juventude é um bem imenso que você não prolonga. A juventude se acaba, nem que você queira iludir-se com esse negócio de jovem de espírito. Jovem é jovem, ponto final.

Veja também: Aluísio Azevedo – Biografia, quem foi, Carreira, obras e Escrita

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