Mais de 50% das crianças brasileiras que chegam ao 2º ano do fundamental não sabem ler
A pandemia só piorou o que algo que já funcionava mal no país, de acordo com a entidade.
Segundo dados alarmantes do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais da metade das crianças matriculadas no segundo ano do Ensino Fundamental na rede pública brasileira ainda não dominam as habilidades de leitura e escrita. Para chegar a essa constatação, a instituição internacional baseou-se nos dados de 2021 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
A alfabetização representa uma etapa crucial na trajetória escolar de crianças e adolescentes, podendo influenciar não apenas seu desempenho acadêmico, mas também impactar toda a sua vida.
A situação exposta pelo Unicef já era motivo de preocupação antes da pandemia da Covid-19, quando o país registrava uma taxa de quase 40% de crianças não alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental.
A emergência sanitária mundial apenas agravou esse cenário, sendo que a redução dos dias letivos, a dificuldade de acesso a materiais educativos e a ausência de supervisão próxima de profissionais foram fatores que contribuíram para esses números preocupantes.
O que está sendo feito para mudar esse quadro?
Recentemente, o governo federal, através do Ministério da Educação, lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, uma medida que visa acelerar o processo de alfabetização e correr atrás do prejuízo.
Em parceria com estados e municípios, a iniciativa busca garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao término do segundo ano do Ensino Fundamental. Além disso, o programa visa reforçar as aprendizagens das crianças matriculadas nos anos subsequentes que também foram prejudicadas pela pandemia.
Entretanto, para alcançar o resultado desejado, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e iniciativas similares demandam um acompanhamento e monitoramento constante.
Isso é essencial para a correta implementação e alcance dos resultados esperados. O Ministério da Educação divulgou em comunicado que todos os estados aderiram ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, assim como quase todos os municípios do país.
A iniciativa formalizou, ainda, parcerias com cinco universidades, distribuídas estrategicamente em cada região do país, para oferecer formação continuada por meio do Programa de Formação Leitura e Escrita na Educação Infantil para a etapa da pré-escola. Isso deve contribuir para envolver um maior número de profissionais com os objetivos da iniciativa.
Segundo estimativas do governo, mais de 15 milhões de crianças serão beneficiadas positivamente. Conforme dados do MEC, mais de R$ 620 milhões em investimentos do programa foram aplicados em 2023.
* Com informações da EBC – Agência Brasil
Comentários estão fechados.