O que foi a Revolta da Vacina?
A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em 1904, contra a Lei da Vacina Obrigatória.
A Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, foi um levante popular contra a campanha de vacinação pública proposta pelo governo federal.
A cidade do Rio de Janeiro — então capital do Brasil — foi o cenário para a rebelião. Articulada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872–1917), o objetivo da campanha de vacinação era erradicar a varíola, que não pôde ser eliminada por métodos higienistas, tais como:
- Destruição de agentes transmissores, como os mosquitos;
- Cuidado com a ingestão de alimentos;
- Limpeza e reforma urbana.
Com isso, a solução para o problema seria a vacinação obrigatória da população carioca.
Revolta da Vacina – Resumo
O Brasil chegou a ser descrito como o lugar mais insalubre do mundo pela imprensa europeia, no final do século XIX, devido aos frequentes surtos de peste bubônica, malária, febre amarela e varíola.
As epidemias prejudicavam a saúde da população e a economia do país, pois as transações comerciais nos portos ficavam comprometidas devido às recorrentes quarentenas. Com isso, viu-se a necessidade de desenvolver a área biomédica.
No início do Brasil República, foram criadas várias instituições de saúde pública no país, constituindo o primeiro esforço na área de saúde que ligava ciência pura e ciência aplicada.
Uma delas, foi o Instituto Soroterápico Federal (atual Fundação Oswaldo Cruz), fundado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz na cidade do Rio de Janeiro, que se tornou uma das instituições científicas mais importantes do Brasil.
Oswaldo Cruz se tornou o diretor-geral de Saúde Pública, em 1903. Sua principal missão foi combater os surtos de febre amarela, peste bubônica e varíola na capital do país, a cidade do Rio de Janeiro.
Para eliminar a febre amarela, ele buscou combater os focos de reprodução dos mosquitos que transmitiam a doença.
Para isso, as casas da população eram invadidas pelas brigadas para combater os mosquitos e analisar as condições sanitárias dos domicílios. Tal medida desagradava os cariocas.
Para exterminar a peste bubônica, ele criou campanhas de eliminação de ratos.
Para combater a varíola, a saída encontrada pelo médico sanitarista, foi convencer o Congresso a aprovar a vacinação obrigatória contra a doença.
Assim, em 1904, foi aprovada a Lei da Vacina Obrigatória.
Ela autorizava os funcionários da saúde a vacinarem todos os brasileiros a partir dos seis meses de idade contra a varíola, sob pena de multas e demissões.
A população, que já estava descontente com a demolição promovida pelo governo, em 1902, dos casarões e casebres do centro, ficou ainda mais insatisfeita.
Essas residências eram habitadas pelas camadas populares que foram sujeitadas a viver na periferia e nos morros onde construíram casas de maneira precária.
Somado à isso, as invasões em suas residências e a falta de orientação da população, por parte do governo, fez os populares reagiram violentamente contra a medida.
Incendiaram bondes, arrancaram trilhos, além de entrarem em conflito com a polícia.
Como consequência, o governo ordenou que os navios bombardeassem os bairros localizados na orla e suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
Saiba mais em: Revolta da Chibata
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