O que foi o feudalismo?
O feudalismo foi uma organização política, econômica e social que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média.
O feudalismo foi uma organização econômica, social e política, pautada na posse da terra que predominou durante a Idade Média, na Europa Ocidental.
Ele se iniciou com a crise do Império Romano e das sociedades bárbaras germânicas.
0 que foi o feudalismo – Resumo
O feudalismo teve seu início por volta do século V, a partir da queda do Império Romano. Como forma de impedir o deslocamento dos camponeses, foi decretado o sistema de colonato — o colono era obrigado a se fixar na terra, sob a guarda do dono da mesma. Tal relação de trabalho permaneceu durante o feudalismo, originando a servidão.
As grandes faixas de terra também colaboraram com o sistema feudal. A partir do declínio das invasões bárbaras e das atividades urbanas além de centro da vida econômica, os feudos se transformaram em esconderijo dos camponeses para se defenderem dos bárbaros.
Assim, o Império se ruralizou e as decisões políticas começaram a ser tomadas pelos poderes locais.
Economia feudal
No século IX, a Europa Ocidental já estava ruralizada. No entanto, a situação econômica e política se tornou muito instável a partir da expansão dos árabes na Península Ibérica e das novas invasões bárbaras.
Com isso, as atividades comerciais foram reduzidas e viu-se a necessidade da criação de exércitos particulares e fortificação dos castelos.
Foram nesses locais fechados e fortificados que viveram senhores e camponeses, produzindo seus próprios alimentos.
O feudo, ou seja, a grande propriedade rural era basicamente autossuficiente, pois produzia quase tudo o que precisava. O excedente da produção era trocado nas aldeias, feiras ou outros feudos.
É importante salientar que o senhor feudal não tinha a posse definitiva da terra. Geralmente, os feudos eram concedidos pelo rei a nobres, em troca de serviços militares e políticos. Assim, era estabelecida a relação de suserania e vassalagem.
A terra era dividida da seguinte forma:
- Manso senhorial: local em que se localizava o castelo. Toda a produção pertencia ao senhor.
- Manso servil: lotes divididos entre os camponeses. Local do qual eles retiravam seu sustento.
- Manso comunal: formado por bosques, florestas e pastagens. Utilizado tanto pelo senhor feudal como pelos servos.
Sociedade feudal
A posse da terra era o elemento que definia a sociedade feudal. Com isso, as duas classes fundamentais eram os senhores feudais e os servos (maioria da população).
Não havia mobilidade social entre esses dois grupos, portanto, filho de nobre era nobre e filho de servo era servo.
Desse modo, a sociedade feudal era fortemente estratificada, isto é, cada segmento tinha uma situação social e jurídica inalterável.
A relação entre as classes sociais se dava a partir da exploração do trabalho do servo, que por ser um trabalhador rural sem a posse da terra, ao buscar a proteção dos nobres, reafirmava a posição do senhor feudal enquanto elite dominante.
Mesmo com o vínculo entre esses dois grupos ocorrendo de forma obrigatória, ele não permitia que o camponês fosse vendido, expulso da terra ou escravizado.
Em troca da proteção militar e das terras concedidas, o servo devia algumas obrigações:
- Corveia: trabalhar gratuitamente nas terras do senhor alguns dias da semana;
- Talha: dar uma porcentagem da produção;
- Banalidades: taxa paga pelo uso dos equipamentos do feudo.
Existia outro grupo social, os trabalhadores livres, chamados de vilões. Já em outras partes da Europa, havia escravos. De todo modo, a mão de obra servil prevaleceu durante a Idade Média.
Política feudal
Durante o feudalismo, o poder do rei era apenas nominal, o do Estado, fraco. A lenta fragmentação do poder político centralizado, reforçou os poderes locais e a relação feudo-vassálica.
Apesar das suas atribuições reais, o rei era mais um suserano dentro da rede de suserania e vassalagem.
Igreja
A Igreja Católica teve um importante papel na formação do feudalismo, pois, além de estruturar a visão de mundo do homem medieval, ela era uma grande proprietária de terras.
Ela foi uma instituição que sobreviveu a várias transformações ocorridas no continente europeu. Para os medievos, a Igreja Católica era a detentora do conhecimento.
Os mosteiros se tornaram os centros da vida intelectual e cultural da Idade Média. Além disso, eles cumpriam importantes funções políticas e econômicas.
Crise do feudalismo
A crise do feudalismo se iniciou a partir das grandes transformações no século XI, período chamado de Baixa Idade Média.
O desenvolvimento das cidades e do comércio aumentaram as fontes de renda. Desse modo, a produção passou a se basear no trabalho livre assalariado, gerando o surgimento de novas classes sociais, como a burguesia.
Um dos elementos que contribuiu para as transformações no sistema feudal foi o crescimento populacional, que criou a necessidade de aumentar a produção de alimentos.
Assim, foram criadas as condições necessárias para o reavivamento do comércio e dos centros urbanos. A transição do feudalismo para o capitalismo foi lenta e gradual.
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