Toxoplasmose – O que é, transmissão, sintomas, na gravidez e tratamento
A toxoplasmose e uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, presente nas fezes de gatos e felinos, e é transmitido de forma oral ou congênita.
Você já ouviu falar de toxoplasmose? A toxoplasmose é uma infecção ocasionada por um protozoário unicelular, Toxoplasma gondii, presente nas fezes de gatos e demais felinos.
As pessoas adquirem a doença ao transferir os ovos de um parasita contaminado, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, e até mesmo de forma congênita – passada de mãe para filho, na gravidez.
Considerada uma das zoonoses, doenças transmitidas por animais, mais comuns no mundo, ela pode estar presente nos locais onde há felinos, infectando um grande número de animais e pessoas. Com maior frequência nas regiões de clima temperado e tropical, é suscetível a todos os seres humanos de diferentes idades.
Geralmente, os casos de toxoplasmose não possuem sintomas.
Os tipos agudos são limitados e com pouca incidência. Nesse caso, a infecção tem cura, mas o parasita permanece pelo resto da vida, podendo se manifestar ou não em demais momentos, com outros tipos de sintomas.
E quanto à infecção crônica, possui taxa de incidência baixa até os cinco anos de idade, evoluindo depois dos 20.
Ciclo de vida do toxoplasma gondii
Os ovos são eliminados nas fezes e, após um ou cinco dias no ambiente, podem causar infecção. Os felinos podem se reinfectar ao consumir alimentos ou demais materiais contaminados com os ovos.
Depois de serem consumidos, eles liberam formas parasitas de se mover, os chamados taquizoítos. Os taquizoítos se alastram no corpo dos animais, criando cistos no tecido nervoso e muscular.
Os gatos são contaminados ao comerem animais cujos cistos estejam presentes. Já nas pessoas, isso se dá quando consomem alimentos, bebidas e entram em contato com utensílios e materiais infectados.
Raros os casos são transmitidos mediante uma transfusão de sangue ou transplante de órgão, assim como na gravidez.
Nas pessoas, os parasitas criam cistos nos tecido, no músculo e no coração, cérebro e olhos. Sendo que, algumas vezes, pode permanecer pelo resto da vida sem nenhum sintoma.
Sintomas
Em síntese, não são identificados sintomas da toxoplasmose. Caso o sistema imunológico esteja forte, o parasita pode permanecer inativo no organismo, isso sem ele nem sequer perceber.
Outros casos demonstram sinais semelhantes a um quadro viral, como febre, dor no corpo, dores de cabeça, cansaço etc.
Contudo, se o sistema de defesa estiver debilitado, a toxoplasmose pode se espalhar pelo cérebro, coração, fígado, músculos, pulmões, olhos, ouvidos, entre outros órgãos. Dentro desses casos, alguns sintomas são observados:
- Dores de cabeça e de garganta;
- Lesões na retina (coriorretinite)
- Convulsões;
- Problemas de audição;
- Linfonodos aumentados;
- Manchas pelo corpo;
- Encefalite;
- Confusão mental;
- Etc.
Transmissão
A toxoplasmose é transmitida, na maior parte dos casos, via oral, ou seja, pela alimentação feita com carnes cruas ou mal passadas de hospedeiros intermediários, ou consumo de água, frutas e verduras cruas que abrigam os cistos.
Também pode acontecer no contato e manipulação de alimentos e utensílios contaminados.
Outra forma de transmissão é a congênita, via mãe para o feto.
Prevenção
A principal forma de prevenção é uma boa higienização, além da promoção de ações de saúde. Segue alguns itens:
- Consumir água tratada e 100% potável;
- Limpar as caixas d’água;
- Lavar bem as frutas e legumes antes de consumir;
- Limpar as superfícies de cozimento e utensílios;
- Evitar bem leite e comer produtos lácteos não pasteurizados;
- Não ingerir carne crua ou mal passada;
- Lavar as mãos com água e sabão;
- Evitar contato com as fezes de animais;
- Vacinar os animais;
- Fazer o acompanhamento adequado no pré-natal.
Diagnóstico
Para o diagnóstico da toxoplasmose é realizada uma avaliação clínica, assim como exames laboratoriais visando detectar anticorpos contra o parasita.
Quando se suspeita de toxoplasmose do cérebro, a tomografia computadorizada (TC) ou imagem por ressonância magnética (RM) do cérebro é executada.
Nos casos em que é necessário identificar se o feto foi infectado, o médico coleta uma amostra de líquido amniótico (líquido ao redor do feto) para ser estudado, no procedimento denominado amniocentese.
Tratamento e cura
Aqueles que estão saudáveis e apresentam a infecção assintomática dispensam o tratamento da toxoplasmose, já que a presença dos cistos não significa a pessoa estar doente.
No entanto, o tratamento é indispensável aos pacientes sintomáticos, imunossuprimidos e para as gestantes, tendo em vista que a evolução da doença pode acarretar em complicações graves e até mesmo a morte.
Medicamentos, como pirimetamina e sulfadiazina, clindamicina ou atovaquona, em combinação com leucovorina podem ser indicados. No caso de infecções oculares, fármacos eficazes contra toxoplasmose e um corticosteroide.
Toxoplasmose e gravidez
Por ser na maioria das vezes assintomática, gestantes que contraem a toxoplasmose podem transmiti-la ao filho (transmissão vertical), o que pode ocasionar no aborto, danos neurológicos, sequelas mentais e convulsões.
Quando presentes, os sintomas são inespecíficos, tais como febre, calafrio, sudorese, cefaleia e faringite.
Com grandes variações nos países, no caso do Brasil são detectados de 4 a 10 casos para cada 10 mil nascidos. E o risco de infecção fetal é maior no terceiro trimestre e no período periparto – último mês de gravidez até cinco meses após o parto.
Diante disso, a mulher grávida necessita executar o exame durante o pré-natal. No caso do resultado ser positivo (reagente), faz necessário o tratamento. Inclusive, foi criado pelo Ministério da Saúde um protocolo que visa esse cuidado – Protocolo de notificação e investigação: Toxoplasmose gestacional e congênita.
Entretanto, uma mulher que já tenha adquirido a doença antes da gravidez não a transmite para o feto, exceto quando o sistema imunológico está debilitado, reativando a infecção.
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